Na semana passada, um tribunal dos EUA revelou uma acusação, incriminando o major aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais Daniel Duggan de quatro crimes – conspiração para exportar ilegalmente serviços de defesa para a China, lavagem de dinheiro, violação da lei de controle de exportação de armas dos EUA e violação dos regulamentos internacionais de tráfico de armas.
A acusação divulgada na sexta-feira (9) pelo Distrito de Colúmbia remonta a 2017, e alega que Duggan "forneceu treinamento militar aos pilotos da RPC [República Popular da China]" em uma escola de voo na África do Sul em três ocasiões separadas entre 2010 e 2012. Duggan teria dado "instruções sobre as táticas, técnicas e procedimentos associados com a decolagem de aeronaves e aterrisagem de aeronaves de um porta-aviões", de acordo com a acusação.
O ex-fuzileiro e dois coconspiradores não identificados (um britânico e um sul-africano) não tinham licença para fornecer "serviços de defesa" a um militar estrangeiro, aponta a acusação.
Duggan, de 54 anos, foi detido na Austrália e mais tarde transferido para Goulburn Supermax, uma prisão de máxima segurança da Austrália, e está aguardando possível extradição para os Estados Unidos, apesar de ser um cidadão australiano.
Sua detenção ocorreu poucos dias depois que o Reino Unido anunciou sua própria investigação sobre ex-pilotos acusados de treinar militares chineses, em um relatório norte-americano alegando que centenas de militares aposentados dos EUA haviam trabalhado no treinamento de exércitos estrangeiros.