Aliados de Jair Bolsonaro (PL) vêm trabalhando para convencer o presidente a passar a faixa presidencial para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em sua cerimônia de posse no dia 1º de janeiro.
Segundo noticiou o portal UOL, neste domingo (25), aliados do presidente vêm apontando que participar da passagem da faixa seria visto como um ato de grandeza do presidente, diante do cenário atual de radicalização política. Segundo eles, esse ato ajudaria a consolidar a oposição contra Lula.
Segundo o portal, entre os aliados que vêm tentando convencer Bolsonaro está o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e o ministro Jorge Oliveiro, do Tribunal de Contas da União (TCU), alçado ao cargo por indicação de Bolsonaro.
O presidente, no entanto, não anunciou sua decisão sobre o tema. Na última sexta-feira (23), foi noticiado que Bolsonaro havia decidido não participar da cerimônia e viajar para a Flórida, nos EUA, para passar uma temporada no resort de luxo Mar-a-Lago, de propriedade do ex-presidente dos EUA Donald Trump. Antes, foi cogitada a hipótese de Bolsonaro comparecer à cerimônia e fazer uma provocação ao pé de ouvido de Lula, no momento da passagem da faixa, para tentar desestabilizar o presidente eleito.
A passagem da faixa presidencial é um ritual simbólico na política brasileira, para marcar o fim de uma gestão e o início da próxima. O ato se tornou uma tradição na democracia brasileira. A última vez que o ritual foi descumprido foi em 1985, no final de ditadura militar. Na ocasião, João Figueiredo se recusou a passar a faixa para José Sarney, primeiro presidente civil a assumir após o regime, que foi eleito por um colégio eleitoral.
Bolsonaro vem se recusando a participar da cerimônia. Um dos motivos é que o presidente até o momento não reconheceu sua derrota nas urnas, pois acredita ter sido vítima de fraude eleitoral. Ele chegou a pedir, por meio de sua coligação, a anulação das eleições de segundo turno. A versão de Bolsonaro, no entanto, não encontra embasamento técnico, o que levou o pedido a ser rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).