As informações foram passadas à Sputnik pelo gabinete de Guterres, em um pedido para comentar a declaração do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba.
"Como o secretário-geral disse muitas vezes no passado, ele só pode mediar se todas as partes quiserem que ele faça a mediação", informou gabinete do funcionário da ONU.
Mais cedo, Kuleba disse que a Ucrânia gostaria de realizar uma cúpula de "paz" até o final de fevereiro, de preferência em um local da ONU e com Guterres como um possível mediador.
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, saem após uma entrevista coletiva conjunta após sua reunião em Moscou, Rússia, 26 de abril de 2022
© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia
Questionado sobre a questão de convidar a Rússia para esta "cúpula de paz", Kuleba insistiu que Moscou deve primeiro enfrentar um "tribunal internacional" e ser processado por supostos crimes de guerra.
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov, também comentando a proposta ucraniana, observou que a Rússia nunca "seguiu as condições de outra pessoa".
No início deste mês, o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, dirigiu-se aos líderes do G20 na Indonésia e estabeleceu uma "fórmula de paz" de dez pontos.
Além disso, Zelensky assinou um decreto sobre a impossibilidade de realizar negociações com a atual liderança russa. Ele também afirmou que Kiev não conduziria um diálogo com Moscou até que o poder no país mudasse.
O presidente Vladimir Putin observou que todos os conflitos terminam por meios diplomáticos. "A Rússia sempre disse que está aberta a negociações sobre a Ucrânia", apontou Putin.
Como acrescentou o chefe de Estado, "quanto mais cedo essa consciência chegar àqueles que se opõem a nós, melhor".
Como disse Peskov no início de dezembro, Zelensky sabe que, se desejar, as hostilidades no país podem terminar no dia seguinte.