"Não é mais segredo para ninguém que o objetivo estratégico dos EUA e seus aliados da OTAN é derrotar a Rússia no campo de batalha como um mecanismo para enfraquecer significativamente ou mesmo destruir nosso país. Para atingir esse objetivo, nossos oponentes estão muito dispostos", disse Lavrov em entrevista cedida à mídia russa.
"Ao mesmo tempo, Washington está resolvendo uma importante tarefa geopolítica: romper os laços tradicionais entre a Rússia e a Europa e subjugar ainda mais os satélites europeus", declarou.
"Se alguém realmente está tramando essas ideias, esse alguém deve pensar muito sobre as possíveis consequências desses planos", disse Lavrov.
Risco de conflito nuclear
"Lá, aparentemente, eles descartaram completamente qualquer decência", disse Lavrov, citando a ex-primeira-ministra britânica Liz Truss, que afirmou, "sem dúvida", estar disposta a usar armas nucleares. "Não estou mais falando sobre as provocações fora de escala do regime de Kiev. Vladimir Zelensky chegou a exigir ataques nucleares preventivos dos países da OTAN contra a Rússia. Isso também vai além dos limites do que é aceitável."
No entanto agora "estamos assistindo com profunda preocupação ao bacanal propagandístico nos EUA, e no Ocidente em geral, em torno da questão das armas nucleares", lamentou.
'É importante evitar uma catástrofe'
"Basta recordar a provocação de 15 de novembro", quando dois mísseis da defesa aérea ucraniana caíram em território polonês e Zelensky "falsamente tentou" passar por um míssil russo. "Graças a Deus Washington e Bruxelas tiveram o bom senso de não cair nesse truque. Mas o incidente mostrou que o regime [de Kiev] não vai parar por nada", enfatizou Lavrov.
"Com o contingente" que foi autorizado a assumir o controle da Ucrânia, "o risco de um desenvolvimento descontrolado da situação continua muito alto. É importante evitar uma catástrofe", declarou.
"Quanto à duração do conflito, a bola está no campo do regime [de Kiev] e de Washington, que está por trás dele [governo ucraniano]. A qualquer momento eles podem parar a resistência sem sentido", explicou.
"Aguardaremos o amadurecimento de Washington para perceber" o quão inadequado é "seu rumo atual", bem como "a ausência de alternativas para construir relações conosco com base no respeito mútuo, na igualdade, com a obrigatória consideração dos interesses legítimos russos", concluiu Lavrov.