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Bolsonaro faz último discurso como presidente do Brasil

Pouco antes de deixar o poder, o presidente Jair Bolsonaro fez seu o último pronunciamento em uma transmissão on-line, onde se defendeu das críticas e condenou os atos terroristas em Brasília.
Sputnik
No início do discurso, o presidente brasileiro afirmou que pretendia fazer uma prestação de contas e comentar sobre o atual momento político no país. Ele afirmou que o governo Lula já começará capenga, e que terá muito coisa a fazer para não deixar o Brasil em uma situação complicada.
Ao atacar o próximo governo, o presidente disse que o Brasil terá um futuro muito difícil com sua saída, mesmo que ele não tenha sido ideal.
"O novo governo quer que os impostos voltem a ser cobrados", destacou Bolsonaro, afirmando que a pretensão pela alta dos preços não é culpa de seu governo, mas sim, do novo governo que está chegando.
Como pontos fortes de seu governo, Bolsonaro citou carteira de habilitação, Auxílio Brasil, a inauguração da transposição do rio São Francisco, a criação de novos empregos, a Internet nas escolas, o combate à corrupção e a facilitação do porte de arma "para buscar a paz no campo".
"Se cheguei [à Presidência], teve um propósito. Se você está chateado, está constrangido, se coloque no meu lugar", disse o presidente.

"Quanta vezes eu pergunto onde errei, o que podia ter feito de melhor. Eu tenho convicção: dei o melhor de mim. Muito sacrifício de quem estava do meu lado, em especial a minha esposa [Michelle Bolsonaro], minha filha e enteada [Laura e Letícia]. E vocês também sofreram. Sofrem agora", afirmou Bolsonaro.

Atentado terrorista

No discurso, Jair Bolsonaro disse que a ameaça de bomba "não se justifica", e em seguida criticou a imprensa por identificar o homem preso como "bolsonarista".
"Nada justifica, aqui em Brasília, essa tentativa de ato terrorista ali na região do aeroporto. Nada justifica. O elemento que foi pego, graças a Deus, com ideias que não coadunam com um cidadão. Massifica, em cima do cara, como 'bolsonarista' o tempo todo", disse o presidente.
Em 24 de dezembro, um caminhão estava próximo ao aeroporto de Brasília quando a polícia foi avisada sobre a presença de um artefato explosivo, que depois foi detonado. O empresário George Washignton de Oliveira Sousa, 54 anos, foi preso por envolvimento no esquema.
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Agenda de costumes

Comentando a questão das armas, Bolsonaro apontou que a facilitação do porte teve responsabilidade na redução das mortes no país. Ele sustentou que o porte de armas reforçou a segurança no país e reduziu o risco de crimes para a população.
Bolsonaro ainda destacou que seu governo resgatou o patriotismo, o respeito à família, liberdade de escolha, respeito às crianças e idosos. O presidente também citou a abertura de um novo colégio militar, aumentando a disciplina nas escolas e a qualidade de ensino dos adolescentes.

Acampamentos em frente a quartéis-generais

O presidente também comentou os acampamentos de apoiadores em frente a quartéis-generais do Exército em cidades do país. Os acampamentos fazem pedidos inconstitucionais, como intervenção militar e reversão do resultado das eleições.
Para Bolsonaro, as manifestações são espontâneas e não são lideradas por ninguém. Ele afirmou que não tem participação nos atos. "Eu não participei desse movimento. Eu me recolhi", afirmou Bolsonaro.

Economia e Paulo Guedes

O presidente brasileiro disse que reduziu os impostos e facilitou a aberturas de empresas em diversos municípios com a facilitação de alvarás. Ele destacou que o seu governo "domou a inflação", além de zerar os impostos federais dos combustíveis e a imposição de um teto no ICMS.

Morte de Pelé

Bolsonaro também lamentou a morte do rei Pelé, que levou o nome do Brasil pelos "quatro cantos do mundo".
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"Eu tive o prazer de conversar alguns minutos com ele, uma pessoa simples, mas que levou o nome do Brasil para os quatro cantos do mundo. Hoje, o mundo todo chora, e nós também lamentos", afirmou Bolsonaro.

Viagem aos EUA

O pronunciamento desta sexta-feira (30) foi feito próximo à viagem de Jair Bolsonaro para Miami, nos Estados Unidos. Ele pretende tirar um período sabático após deixar o Palácio do Planalto.
A expectativa é que o atual presidente deixe o Brasil até este sábado (31), abrindo mão de participar da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que retorna para o seu terceiro mandato à frente da Presidência da República em 1º de janeiro de 2023.
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