As vendas de armas dos EUA aos membros da OTAN quase dobraram em 2022, relata na quinta-feira (29) a revista americana Foreign Policy.
Assim, em 2021 a administração de Joe Biden aprovou 14 transações potenciais com aliados da OTAN, no valor de cerca de US$ 15,5 bilhões (R$ 81,94 bilhões), enquanto em 2022 foram autorizadas 24 vendas de armas, no valor de cerca de US$ 28 bilhões (R$ 148,03 bilhões).
Entre compradores ativos de armas dos EUA estão a Polônia, os Estados bálticos e a Finlândia. No início de dezembro foi aprovada a venda de 116 tanques Abrams para Varsóvia, e antes disso o Departamento de Estado dos EUA confirmou o fornecimento de sistemas de lançadores múltiplos de foguetes Himars para a Estônia e Lituânia. É previsto que uma semelhante transação com a Letônia ocorra no início de 2023.
Na opinião de Rachel Rizzo, analista do Conselho Atlântico, o conflito na Ucrânia tem um papel importante nesse desenvolvimento.
"Os europeus estão extremamente preocupados em não ter seus próprios equipamentos militares suficientes após fornecer tanto à Ucrânia", disse ela, acrescentando que os EUA vendem aos países europeus as armas de que precisam para reabastecer as armas que eles próprios venderam a Kiev. No entanto, Washington "ressalta também que a Europa precisa se unir em termos de segurança e defesa".
Os EUA têm criticado os países europeus desde a presidência de Dwight Eisenhower (1953-1961) por gastarem quantidades insuficientes na área militar, e em 2014 foi criada uma meta não vinculativa para os países da OTAN gastarem ao menos 2% de seu PIB na defesa. Donald Trump (2017-2021), presidente dos EUA, cujo país é parte fundamental da aliança, ameaçou a deixar se os países europeus não gastassem mais.
Quanto aos EUA, a mídia, altos funcionários e oficiais americanos também ainda não veem produção suficiente para simultaneamente abastecer a Ucrânia e deixar estoques para o próprio país norte-americano.