Desde o resultado final das eleições em 30 de outubro, na qual foi verificada a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os eleitores do ex-presidente, Jair Bolsonaro, têm feito manifestações em rodovias e em frente a quartéis pedindo intervenção militar.
Nas rodovias, ao que tudo indica, as barricadas e protestos já acabaram. Entretanto, em frente aos quartéis espalhados pelo Brasil, ainda existem cerca de seis mil pessoas. A estimativa é de ontem (5) e estava sendo compartilhada pelos ministérios da Justiça, Defesa e pelo Palácio do Planalto, segundo a coluna de Lauro Jardim em O Globo.
A ideia do governo Lula era, assim que iniciasse a gestão, as manifestações se dispersariam, uma vez que o presidente já foi até empossado. No entanto, uma divergência de como lidar com o assunto acontece entre os chefes das pastas da Justiça, Flávio Dino, e da Defesa, José Múcio Monteiro.
Para Dino e também para cúpula do PT, os grupos têm que ser retirados da frente dos quartéis imediatamente, já que os protestos pedem a revogação de uma votação transparente. Há dois dias, o ministro da Justiça chegou a dizer que nesta sexta-feira (6) os acampamentos já teriam acabado.
"A condução que eu tenho com o [ministro da Defesa] Múcio é de que estará resolvido até sexta [6] […]. Não vai haver resistência", disse Dino, citado pelo UOL.
Porém, do lado do chefe da Defesa, Múcio tenta convencer Lula de que esses grupos dia a dia diminuem, e, portanto, o movimento acabará muito em breve. Na segunda-feira (2), a autoridade chegou a dizer que "tem amigos e parentes nas manifestações" e que os protestos "eram democráticos", relatou o UOL.
Até o momento, o presidente tem aceito as ponderações de Múcio (que são a dos comandantes militares também) de que o movimento vai se esvair aos poucos, mas, ao mesmo tempo, o tema é motivo de grande discórdia dentro do governo, e Lula tem cobrado uma resolução rápida, diz O Globo.