A forte presença militar em cargos do governo federal herdada do governo Jair Bolsonaro começou a receber um "pente-fino" do novo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, e quem estava no entorno do presidente não passou ileso, segundo a coluna de Lauro Jardim em O Globo.
Desde que o petista tomou posse, seis militares foram dispensados de seus cargos na Casa Civil, secretaria-geral e gabinete pessoal da presidência da República, escreve o colunista.
Ontem (6), quatro nomes foram dispensados, são eles: Marcelo Paredes, suboficial do Comando do Aeronáutica; Fernando Martins, subtenente do Comando do Exército; e os soldados Johnny Ornelas e Jair de Souza. Todos atuavam em cargos subordinados à secretaria-geral da Presidência, no Palácio do Planalto.
Antes dos citados, outro militar dispensando foi está o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, um dos principais conselheiros de Bolsonaro. Cid foi exonerado junto com Jonathas Coelho, assessor militar da ajudância de ordens.
A mídia também afirma que após a dispensa destes nomes, nenhum outro militar foi designado a alguma função. A ideia do governo é romper a tradição de nomear alguém desse meio como ajudante de ordens, e gestão avalia pedir ao Itamaraty que indique jovens diplomatas à função.
Redução dos acampamentos bolsonaristas
Na sexta-feira (6), Lula fez sua primeira reunião ministerial do governo em Brasília. Além de ter passado diretrizes para seus ministros, dizendo que "quem errar será convidado a sair", o presidente recebeu do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, um relatório apontando que o agrupamento de pessoas em frente aos quartéis caiu de 43 mil para cerca de cinco mil, segundo o Estadão.
O número já havia sido informado ontem (6), em matéria que apontava a divergência entre a pasta da Defesa e da Justiça com a forma de lidar com os protestos na intenção de finalizá-los, entretanto, mais tarde à noite, saiu a notícia oficial com o relatório da Defesa entregue a Lula.
Múcio também relatou que equipamentos dos bolsonaristas são recolhidos diariamente dos acampamentos e que a desmobilização ocorre praticamente sem perturbações da ordem.
Nesta sexta, porém, extremistas agrediram jornalistas e depois barracas foram retiradas à revelia dos grupos insatisfeitos por agentes da prefeitura de Belo Horizonte (MG), relata a mídia.
Segundo ministros, Lula não comentou o relatório da Defesa, mas certamente gostou dos dados, uma vez que o presidente "tinha pressa" para que o movimento acabasse. Os manifestantes pediam intervenção militar por não aceitarem ou acreditarem no resultado das eleições.