Conforme os resultados da análise, é muito provável que um eventual conflito não acabe com a vitória incondicional de Pequim.
Nota-se que as conclusões foram tiradas em resultado de uma das maiores operações de simulação virtual de jogos militares em um possível conflito das potências em torno de Taiwan.
A versão preliminar do relatório, intitulada "Primeiro Combate da Próxima Guerra", inclui 24 cenários militares avaliados pelos especialistas do CSIS. Segundo os analistas do centro, seu projeto era necessário por as anteriores simulações de invasão, tanto governamentais como privadas, não levarem em conta todos os aspectos e não serem transparentes.
"Os EUA e o Japão poderiam perder dezenas de navios, centenas de aviões e milhares de militares. Tais perdas prejudicariam as posições globais dos EUA durante muitos anos a seguir", diz o relatório.
Na maioria dos cenários do CSIS, a Marinha estadunidense perde dois porta-aviões e de dez a 20 de navios de combate de superfície.
Ao longo de três semanas de combates, cerca de 3.200 militares norte-americanos morreriam, o que constitui quase metade das perdas dos EUA durante duas décadas de combates no Iraque e Afeganistão.
"A China também sofreria muito. Sua frota militar seria destruída, sua Marinha seria derrotada e dezenas de milhares de soldados acabariam em cativeiro", indica um dos cenários.
Segundo os autores, as perdas da China podem alcançar cerca de 10 mil soldados, 155 aviões de combate e 138 navios de grande porte destruídos.
O próprio Exército de Taiwan, de acordo com o relatório, perderia 3.500 soldados, enquanto todos os 26 destróieres e fragatas que compõem a Marinha da ilha seriam afundados.
O Japão provavelmente perderia mais de 100 aviões de combate e 26 navios de guerra, com as bases militares norte-americanas em seu território sendo atacadas pela China.
O CSIS enfatiza que seu relatório não implica que a guerra por Taiwan seja "inevitável ou até possível". Entre as variantes alternativas das ações de Pequim contra Taiwan os analistas apontam a estratégia de isolamento diplomático, pressão na "área cinzenta" ou coerção econômica.
A situação em torno de Taiwan agravou-se drasticamente no início de agosto do ano passado, após a visita à ilha da então presidente da Câmara dos Representantes norte-americana Nancy Pelosi. A China, que considera a ilha uma das suas províncias, condenou a visita de Pelosi, vendo nesse passo o apoio ao separatismo taiwanês, e retaliou com exercícios militares de grande escala.