O Ministério da Defesa está desde o fim da tarde de ontem (10) se preparando para a possibilidade de nova manifestação depois que o monitoramento feito por órgãos de inteligência detectou uma nova convocação para atos, marcados para hoje, às 18h00, em todas as capitais brasileiras, de acordo com o jornal O Globo.
A convocação começou a circular a partir de ontem em grupos bolsonaristas de mensagens com o título "Mega Manifestação Nacional pela Retomada do Poder". No Twitter é possível encontrar perfis que, ou divulgam o ato ou o denunciam.
Entretanto, a avaliação do Palácio do Planalto, segundo a mídia, é que depois da repressão ocorrida após os atos de domingo (8), com 1.500 prisões, a possibilidade de que esse novo protesto seja bem-sucedido é baixa.
Contudo, um esquema está sendo montado para proteger os palácios do Planalto, da Alvorada, do Jaburu (residência do vice-presidente) e a Granja do Torto. Como se sabe, no ato de domingo, a guarda presidencial falhou e, como visto em vídeos, até deixou que acontecesse a invasão nos prédios dos três Poderes.
A Força Nacional do DF vai receber mais 611 agentes policiais de 15 estados diferentes do Brasil para reforçar a segurança dos prédios, conforme noticiado.
Bolsonaro incita questionamento das eleições e depois apaga
Em meio ao caos político e de segurança pública que se encontra o país, o ex-presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Facebook (rede social proibida na Rússia por extremismo) ontem (10) para dizer novamente que as eleições não foram transparentes, atacando mais uma vez o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Porém, a postagem só ficou duas horas disponível no perfil do ex-presidente, já que acabou sendo excluída depois com a repercussão sobre o post.
O conteúdo compartilhado trazia uma entrevista em que o procurador bolsonarista do Mato Grosso do Sul, Felipe Gimenez, afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "escolhido pelo serviço eleitoral e pelos ministros do STF e TSE".
Desde os ataques aos três Poderes no último domingo, Bolsonaro vem sendo acusado de insuflar manifestantes contra as instituições. O Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a pedir que o ex-presidente tivesse os bens bloqueados por conta do episódio, conforme informado.