A cifra que mais salta aos olhos é o gasto único de R$ 109.266, que foi paga ao modesto restaurante Sabor de Casa, cujas marmitas variam entre R$ 17 (econômica) e R$ 23 (padrão). Segundo o site UOL, um dos pratos principais é o frango assado com farofa e baião, que serve duas pessoas e custa R$ 50.
De acordo com os cálculos do site, a compra equivale a cerca de 6.400 marmitas econômicas, ou em torno de 4.700 marmitas tradicionais. Se Bolsonaro e seu entorno optassem por frango assado com farofa e baião, 2.100 refeições seriam fornecidas para 4.400 pessoas.
A soma de valores foram pagos entre setembro e outubro de 2021, em três dias diferentes. Segundo informou o site Brasil de Fato, o cartão corporativo de Bolsonaro foi usado para pagar ao Sabor de Casa R$ 28.500 no dia 28 de setembro de 2021; mais R$ 14.250 no dia seguinte, 29 de setembro de 2021; e os vultosos R$ 109.266 em 26 de outubro do mesmo ano.
Os gastos dos cartões corporativos estavam sob sigilo determinado pelo próprio Bolsonaro e foram solicitadas pela agência Fiquem Sabendo no final do ano passado.
Sem alarde, a nova gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levantou a confidencialidade dos dados e os publicou no site do governo na última sexta-feira (6).
Ao UOL, a dona do restaurante, Roberta Rizzo, confirmou a compra de R$ 109 mil de Bolsonaro.
Segundo disse, "eles solicitaram almoço e uns kits de lanche para atender à equipe de segurança. Era um kit bem completo, com pão, queijo, presunto, fruta, água e biscoito".
Em contato posterior com o site, ela alegou que foram fornecidas 659 marmitas de almoço com bebida, ao custo de R$ 30, cada, e 2.964 kits de lanche com sanduíche, água, maçã e barra de cereal, ao custo de R$ 30, cada.
"Tudo o que foi comprado foi discriminado na nota. Se você me perguntar se havia 659 pessoas para comerem as marmitas ou 3 mil para comerem os kits, eu não posso responder. Entreguei a encomenda às 5h da manhã no quartel e fui trabalhar", encerrou.