O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que agentes da Polícia Militar do DF e militares das Forças Armadas foram coniventes com as invasões que aconteceram nos prédios dos três Poderes em Brasília no domingo (8). Para Lula, "as portas foram abertas" para que os manifestantes pudessem passar, acrescentando que "nenhum suspeito de ser bolsonarista raiz" pode ficar no Planalto.
O mandatário acrescentou que que as Forças Armadas não são "poder moderador, como pensam que são".
Ao mesmo tempo, Lula informou que um forte trabalho está sendo feito para "retirar" apoiadores e
militares alinhados com o ex-presidente,
Jair Bolsonaro, em cargos no Palácio do Planalto no intuito de
transformar o prédio "em um gabinete civil".
"Nós estamos no momento de fazer uma triagem profunda. Porque a verdade é que o Palácio estava repleto de bolsonaristas, de militares e estamos vendo se a gente consegue corrigir para colocar funcionários de carreira, de preferência funcionários civis que estavam aqui e foram afastados, transferidos de departamento. Para que isso se transforme num gabinete civil", disse Lula citado pela mídia.
O mandatário ainda disse que ninguém "suspeito de ser bolsonarista raiz" pode continuar, entretanto, negou que vá perseguir pessoas que apoiaram a Operação Lava-Jato no passado e também negou que vá empregar apenas petistas.
"Eu acho que aqui no Palácio, é preciso que cada ministro saiba o seguinte: não pode ficar ninguém que seja suspeito de ser bolsonarista raiz aqui dentro. Eu também não quero fazer um processo de perseguição porque um dia o cara foi lavajatista. Não. Houve um momento que a sociedade brasileira foi tão enganada e tão ludibriada. […] Se o cara é um funcionário de carreira e ele presta o serviço dele com retidão, por que ele não pode ficar? Eu não quero fazer um palácio de petistas, quero fazer um palácio de pessoas sérias, que trabalham, que tenham compromisso com o país, com o povo e que cumpram com as funções. É assim que vai funcionar."
Sobre o ministro da Defesa,
José Múcio Monteiro, Lula disse que não vai o retirar do cargo, apontando que "todos cometemos erros" e que Múcio permanece porque "
é de sua confiança",
segundo o G1.
Múcio
vem sendo criticado por ter defendido solução negociada para a crise envolvendo os acampamentos bolsonaristas em Brasília e por ter dito que os mesmos acabariam de forma natural, tendo entregue um
relatório a Lula dois dias antes das invasões defendendo tal posição.