Um grupo de ativistas do terceiro Tribunal Belmarsh do Clube Nacional de Imprensa em Washington, EUA, publicou na sexta-feira (20) uma declaração dirigida a Joe Biden, presidente norte-americano, para que pare seus esforços para forçar a extradição de Julian Assange para os EUA, onde poderia enfrentar até 175 anos de cadeia em uma prisão americana de alta segurança, se fosse condenado.
"É, na verdade, uma sentença de morte", explicou Jeremy Corbyn, ex-líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, estando certo que o fundador do WikiLeaks provavelmente "ficaria para o resto de sua vida em uma prisão de segurança máxima nas mais terríveis condições".
Corbyn opinou que as elites políticas que supervisionaram a perseguição política de Assange "estão muito interessadas em colocar todos os outros sob vigilância. Suas decisões deveriam estar sob vigilância".
Em comentários à Sputnik, o ex-trabalhista britânico criticou o "tratamento brutal" que "Assange está recebendo [...] por grande parte da mídia aqui".
Ele sublinhou "a necessidade de não apenas apoiá-lo e defendê-lo, mas também de defender o jornalismo, o direito de saber e o direito de poder falar sobre ele".
"E é por isso que estamos todos fazendo um apelo para que o presidente Biden desista do apelo que ele trouxe aos tribunais britânicos, para que Julian possa ser livre."
Em resposta à pergunta de ser ou não necessário colocar a Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) dos EUA sob controle democrático, Corbyn confirmou que "todo o poder do Estado deveria estar sob controle democrático".
"Essa é a função de uma democracia parlamentar. É por isso que uma Lei de Poderes de Guerra eficaz é muito importante, o que inclui o uso de forças especiais. Mas também se trata da responsabilidade de todos os ramos do governo, incluindo obviamente, as forças especiais", falou.
O evento na capital dos EUA também contou com a participação de Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks, Daniel Ellsberg, denunciante dos Papéis do Pentágono, Noam Chomsky, proeminente intelectual americano, e o recentemente liberado advogado de direitos humanos Steven Donziger.
Assange está preso na prisão londrina de Belmarsh desde 2019, quando seu asilo de sete anos na embaixada do Equador na capital do Reino Unido foi revogado sob a administração de Lenín Moreno. Mais recentemente, em dezembro de 2022, o denunciante recorreu ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para contestar sua extradição.