Lula comentou a situação da Venezuela durante coletiva de imprensa realizada após reunir-se com o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em Buenos Aires. Nesta segunda-feira (23), completou 4 anos a autoproclamação do ex-deputado Juan Guaidó como "presidente" da Venezuela desafiando o presidente Nicolás Maduro. A iniciativa foi apoiada pelos Estados Unidos e pelo ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
"Vejo muita gente pedir compreensão ao Maduro, e essas pessoas se esquecem de que eles fizeram uma coisa abominável para a democracia, que foi reconhecer um cara que não era presidente, que não tinha sido eleito presidente da República, que foi o Guaidó. E esse cidadão ficou vários meses exercendo o papel de presidente sem ser presidente."
O mandatário disse que pretende ser um construtor de paz e que espera a normalização total das relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela em dois meses.
"Sou contra ingerência na Venezuela. Para resolver o problema da Venezuela, vamos resolver com diálogo, e não com bloqueio, não com ameaça de ocupação", declarou.
"A Venezuela vai voltar a ser tratada normalmente, como todos os países querem ser tratados. O que eu quero para o Brasil eu quero para a Venezuela: respeito à minha soberania e respeito à autodeterminação do meu povo", completou.
O presidente brasileiro encontraria o homólogo venezuelano nesta segunda-feira, mas a viagem de Maduro à Argentina foi cancelada por questões de segurança. A capital argentina será a sede da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Durante o pronunciamento, Lula destacou a importância do organismo. O mandatário disse que a comunidade é a única que une todos os países da América Latina sem a presença de países externos, em especial Estados Unidos e Canadá.