A polêmica envolvendo a entrega de tanques Leopard da Alemanha a Kiev parece ter chegado ao fim após a decisão de Olaf Scholz, divulgada pela revista Der Spiegel.
De acordo com a publicação, o governo alemão confirmou que fornecerá à Ucrânia unidades do Leopard 2A6, que estão em serviço na Bundeswehr, as Forças Armadas da Alemanha.
Nas últimas semanas, as autoridades germânicas debateram o tema com o Parlamento do país e com os seus aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Havia diversos problemas envolvendo a entrega dos tanques, como o temor de uma escala do conflito e o fato de que peças de reposição precisariam ser fabricadas com urgência, ampliando os problemas logísticos que as tropas ucranianas e seus aliados enfrentam nas frentes de batalha.
Em um encontro na base aérea de Ramstein, na Alemanha, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, negou que os países da aliança militar estivessem perto de um acordo sobre o envio dos mais modernos tanques alemães.
O consórcio alemão Rheinmetall, por outro lado, informou que, se necessário, é capaz de fornecer à Ucrânia 139 tanques Leopard, sendo 29 do modelo 2A4 até abril ou maio e 88 tanques Leopard 1.
Ainda hoje (24), mais cedo, a Polônia solicitou permissão à Alemanha para transferir tanques Leopard 2 no âmbito da coalizão internacional, segundo declaração do ministro da Defesa Nacional do país, Mariusz Blaszczak.
Soldados da OTAN no tanque alemão Leopard 2 durante exercício da aliança na Lituânia
© AP Photo / Mindaugas Kulbis
"A Alemanha já recebeu nossa solicitação de transferência de tanques Leopard 2 para a Ucrânia", escreveu o ministro no Twitter.
Os países ocidentais têm aumentado seu apoio militar a Kiev desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Em abril, Moscou enviou uma nota aos Estados-membros da OTAN condenando sua assistência militar a Kiev.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que qualquer carregamento de armas em território ucraniano seria "alvo legítimo" para as Forças Armadas russas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o fornecimento de armas estava minando as perspectivas de um futuro processo de paz.