Nesta terça-feira (24), Lula e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, se reuniram em uma coletiva de imprensa conjunta para falar sobre o retorno do Brasil à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
No discurso de introdução, o presidente argentino pediu aplausos pela incorporação do Brasil à CELAC, que voltou a contar com 33 países-membros.
"A CELAC está de volta, agora estamos em uma CELAC completa com o Brasil: a oportunidade de unir a região é um imperativo que nos é imposto", disse Fernández.
O líder argentino afirmou que a região tem agora "uma oportunidade pela frente", e garantiu que "as palavras têm de se transformar em atos, que a integração seja uma realidade e que sejam ações que nos permitam avançar e progredir".
Fernández também ediu que a CELAC seja uma voz contra os bloqueios a Cuba e à Venezuela.
"Os bloqueios são métodos muito perversos de sancionar, não governos, mas povos, e não podemos continuar permitindo. Cuba está bloqueada há seis décadas e isso é imperdoável. A Venezuela sofre muito mais", afirmou o presidente.
Ao mesmo tempo, Fernández destacou que ultradireita é "uma ameaça aos povos [dos países] da CELAC".
"Setores da ultradireita estão ameaçando cada um de nossos povos [...] Essa direita recalcitrante e fascista coloca em risco a institucionalidade do povo", assinalou.
Fernández deu um exemplo do golpe de 2019 contra o então presidente Evo Morales (2006-2019) na Bolívia, que levou Jeanine Áñez ao poder.
"Também vimos recentemente quando a loucura invadiu as ruas de Brasília", lembrou, evocando os ataques aos três Poderes do Estado brasileiro poucos dias após a posse de Lula, acrescentando que na Argentina, em 1º de setembro do ano passado, "alguém tentou matar nossa vice-presidente [Cristina Kirchner]".
O chefe de Estado finalizou observando que esse esforço conjunto é algo que "a América Latina deve e não pode ignorar".
A autoridade também alertou para os problemas que a emergência climática representa para o Caribe ao inaugurar a VII Cúpula de Chefes de Estado da CELAC.
"O Caribe tem um problema adicional, que é a mudança climática", destacou Fernández.
Em seguida, a cúpula continuou com as palavras do ministro das Relações Exteriores argentino, Santiago Cafiero. O ministro ressaltou a importância do diálogo, não só entre os países sul-americanos, mas entre nações africanas e o continente, destacando que a "união deve ser uma resposta aos discursos de ódio".
Além da cúpula da CELAC, a previsão é que nesta terça (24) Lula participe de um encontro com o presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e se reúna com a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley.