"Todas as minhas ações foram coordenadas nos mínimos detalhes com os EUA, com a Alemanha e com a França. [...] Eles interromperam as negociações", afirmou Bennett.
"Naquele momento, ainda no começo do conflito, a ajuda ocidental à Ucrânia mostrava-se bastante comedida, o que tornava Zelensky mais propenso a uma negociação com a Rússia. Vale lembrar que Zelensky em algumas ocasiões mostrou-se de fato disposto a sentar-se com Vladimir Putin para entender melhor as demandas russas. Contudo, conforme o conflito foi se estendendo e conforme o Ocidente foi se encorajando a aumentar sua participação direta e indireta no campo de batalha, a disposição de Zelensky em negociar foi sendo paulatinamente minada, culminando, por exemplo, nas inúmeras acusações que o presidente ucraniano começou a direcionar contra Vladimir Putin."
"A manutenção do conflito, em resumo, representa a intenção de fazer prevalecer essa versão hegemônica do Ocidente no Leste Europeu em detrimento das ansiedades russas."
"A liderança ucraniana, representada por Zelensky, guarda esperanças de receber o apoio financeiro do Ocidente, aos moldes de um 'Plano Marshall 2.0', para reconstrução do país no futuro. Outro fator pode ter relação com sua intenção de posicionar a Ucrânia de maneira definitiva debaixo do 'guarda-chuva' de proteção dos Estados Unidos, o que implica naturalmente em uma política doméstica e externa mais subserviente e, portanto, mais propensa a seguir a agenda e os interesses dos americanos e europeus."