O embargo da UE às exportações de petróleo russo por mar, junto com o teto de preços do petróleo e dos produtos petrolíferos provenientes da Rússia, desencadeou uma mudança no fornecimento mundial desta commodity.
Em questão de meses, Moscou redirecionou a maioria de seus fluxos de petróleo, que costumavam ir para a Europa, para os mercados asiáticos. O país aumentou o seu fornecimento por via marítima para a China, Índia e Turquia às custas das nações ocidentais.
As exportações de petróleo somente para a Índia aumentaram 33 vezes em dezembro, com a Rússia se tornando agora o maior fornecedor do país, substituindo o Iraque. Cerca de 70% das cargas da marca russa Urals transportadas no mês passado foram para Nova Deli, segundo a Reuters.
"Se o petróleo russo não entrar no mercado europeu, então não há preço de referência. Os preços de referência serão formados nas zonas para onde os volumes de petróleo realmente forem", destacou Sechin durante o seu discurso no fórum India Energy Week.
O governo russo está agora discutindo como calcular o preço do petróleo tributável da Rússia após a proibição de importação e a imposição de tetos de preços pela UE e pelos países do G7.
Atualmente, para efeitos fiscais, o preço médio da marca Urals é estabelecido no mercado mundial, em particular nos portos de Augusta (Itália) e Roterdão (Países Baixos). Mas, devido às sanções, o petróleo russo praticamente não é fornecido através desses países.
Sechin também sugeriu que "os contratos futuros, acordos futuros" devem ser abandonados na primeira etapa, a fim de regular os indicadores de mercado.