"No nosso conceito atualizado de política externa vai se tratar sobre a necessidade de acabar com o monopólio do Ocidente na formação do quadro da vida internacional, o quadro deve daqui em diante ser determinado não por seus interesses egoístas, mas em uma base justa universal de equilíbrio de interesses, conforme exigido pela Carta da ONU, que consagrou o princípio da equidade soberana de todos os Estados", disse Lavrov durante seu discurso na Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo).
O chefe da diplomacia russa acrescentou que as forças ocidentais estão tentando atrapalhar a Rússia, fazendo com que ela recue por décadas, ou até mesmo inviabilizar o desenvolvimento do país sob o lema da descolonização e preparação para a desintegração da Rússia.
"Ao mesmo tempo, os anglo-saxões e os outros [países] do Ocidente coletivo que se submeteram sem hesitar, procuram impor a todo o custo os seus ditames sobre os assuntos mundiais, a fim de continuar a controlar as condições externas para o desenvolvimento de toda a humanidade a fim de [manter] seu próprio domínio do mundo, recorrendo a métodos ilegais de ameaças, chantagem e até mesmo de roubo direto para punir aqueles que praticam uma política independente de orientação nacional", ressaltou Lavrov.
Ele notou que o Ocidente mente à Rússia sobre os ataques aos gasodutos Nord Stream, tal como mentiu sobre a inexistência de alternativas aos Acordos de Minsk e sua observância.
"O que valem as recentes confissões cínicas de ex-líderes da Alemanha e da França, [Angela] Merkel e [François] Hollande, de que o conjunto de medidas de Minsk, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, para eles era necessário para ganhar tempo e permitir que Kiev aumente seu potencial militar […] Em termos simples, todos mentiram para nós: tal como mentem agora, escondendo a verdade sobre os ataques às Correntes do Norte", disse chefe da diplomacia russa.
Por fim, Lavrov salientou que as tentativas de isolar a Rússia fracassaram, o próprio Ocidente foi forçado a admitir isso.