"Após a Conferência de Munique [em 17-19 de fevereiro], a curta visita de Joe Biden a Kiev deve ser uma 'fala animadora' não só para a população ucraniana, mas também para os europeus e americanos, que estão cada vez mais preocupados com o desenvolvimento do conflito [...] Biden [chegou] a Kiev para dizer palavras bonitas, não para fornecer armas", disse ele à Sputnik.
Segundo o especialista, a administração Biden está cada vez mais preocupada com a situação na Ucrânia e realmente teme a derrota do Exército ucraniano. Até abril, apenas 50 tanques serão entregues à Ucrânia, o que não é suficiente para mudar o curso do conflito.
Ao mesmo tempo, Kiev continua enfrentando uma grave escassez de munição para as armas já entregues. A Europa não pode mais fornecê-las, pois já esgotou seus arsenais, observou Moreau.
Segundo ele, outra dificuldade para Kiev é a falta de soldados, já que muitos homens em idade militar tentam evitar serem recrutados para o Exército. Esse problema só pode ser resolvido enviando soldados de países da OTAN para a zona de conflito, mas nenhum governo quer recorrer a isso, diz o especialista.
Ao mesmo tempo, o apoio militar no valor de 500 milhões de dólares (R$ 2,6 bilhões) anunciado por Biden não inclui nem mísseis de longo alcance para atacar a Rússia, nem os caças exigidos por Kiev. Ataques contra o território da Federação da Rússia levarão a uma resposta de Moscou contra os países da OTAN, que o Ocidente quer evitar a todo o custo, diz Moreau.
O especialista observou que a Ucrânia não iniciou uma contraofensiva no inverno, como foi anunciado anteriormente, e não a começará em abril. Segundo ele, Vladimir Zelensky já sugere que Kiev não durará muito, dizendo que as tropas ucranianas não vão defender Artyomovsk (Bakhmut na denominação ucraniana) a qualquer custo.
Além disso, a cidade em breve estará completamente sob controle do Exército russo, e Zelensky provavelmente estava esperando que Biden reconhecesse isso, acrescentou Moreau.
Assim, o único objetivo da viagem de Biden a Kiev é "compensar a impotência industrial-militar do Ocidente com declarações pomposas que promovem a guerra", enfatizou o especialista.
Nesta segunda-feira (20), o presidente norte-americano, Joe Biden, chegou à capital ucraniana para uma visita, segundo informação confirmada pela Casa Branca. Durante a visita, o chefe de Estado norte-americano confirmou ao homólogo ucraniano que o país receberá um novo pacote de ajuda militar no valor de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões).