"Todo o grosso das armas e todo o know-how que existia a possibilitar a construção dessas armas havia sido destruído ao longo dos anos 1990. Então não fazia sentido algum dizer que essas armas existiam naquele momento. O discurso do Colin Powell [secretário de Estado dos EUA entre 2001 e 2005] na ONU é realmente a mentira do século", afirmou o professor da UERJ.
"Se a gente pega todos os índices educacionais, de saúde, de avanço social que existiam no Iraque antes de 2003 e depois de 2003, as pessoas praticamente caem para trás. Em 2003, ele tinha o mesmo consumo de energia elétrica per capita que a China, tinha um dos melhores sistemas de educação do Oriente Médio e tinha o melhor sistema de saúde do Oriente Médio [...]. E isso foi uma construção de décadas, porque o Iraque sempre foi um país que passou por uma série de conflitos no século XX. Sempre foi ocupado por forças estrangeiras. Os 30 anos do período baathista foram muito importantes para a história iraquiana do ponto de vista do desenvolvimento social, algo que retrocedeu muito desde 2003, sobretudo em virtude da ascensão de movimentos fundamentalistas que transformaram o Iraque praticamente em uma praça de guerra."
"Trata-se, talvez, de uma das maiores mentiras do século XXI a notícia de que o Iraque possuía armas de destruição em massa. [Essas armas] não estavam em lugar nenhum. Embora o Iraque tenha utilizado armas químicas contra alguns povos ali dentro, as armas de destruição em massa previstas pelos Estados Unidos não se configuraram como uma realidade."