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Mídia: governo negocia com Centrão bancada paralela pró-Lula com 70 deputados e 10 senadores

O contorno das negociações acontece como já se viu em outros momentos: promessa de altos cargos e liberação de verbas para os redutos eleitorais de senadores e deputados. A articulação será colocada à prova agora, após o Carnaval.
Sputnik
Mesmo colocando bastante foco na política externa, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, também traça estratégias para política interna, principalmente no Congresso, onde tem grande número de parlamentares da oposição tanto na Câmara quanto no Senado.
Diante desse cenário, Lula articula no momento uma base de apoio no Congresso que envolve negociação com grupo de parlamentares de partidos que não são formalmente aliados, em especial, os do centrão como PL, PP e Republicanos, siglas que em sua grande maioria deixam claro o apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com a Folha de São Paulo, integrantes do governo e articuladores falam de uma potencial bancada paralela pró-Lula em torno de 70 deputados e dez senadores, o que seria decisivo para votações importantes na Casa.
Como sempre ocorre nesses casos, os principais mecanismos de negociação são cargos de relevância na máquina federal e verbas do orçamento para os redutos eleitorais dos deputados, além de outros pleitos.
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O jornal afirma que, entre os parlamentares que são oposição, mas estão dispostos a negociar para entrar no grupo, o argumento é o mesmo: o de que sua ação acontece pelo bem do Brasil, mesmo que haja divergências, o sucesso do país está acima delas.
Essa foi a resposta, por exemplo, de Tiririca (PL). O deputado diz ser muito cedo para avaliar o governo Lula, mas afirma que é defensor "da democracia e da vontade do povo brasileiro". Toda a proposta que for de interesse da população e para o bem do Brasil terá o seu apoio.
No Senado, Romário (PL) já é tratado por petistas e até por seus correligionários como voto praticamente certo a favor das pautas do governo, segundo a mídia.
Reservadamente, senadores afirmam que, a depender da pauta, até 25 dos 32 nomes que atualmente compõe o grupo de oposição ao presidente podem votar junto com o governo, e o exemplo mais citado é o da reforma tributária.
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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, filiado ao PP (a sigla tem 49 cadeiras na Câmara e 6 senadores) está dividido e aguarda sinais mais claros do Palácio do Planalto, relata a Folha.
Ainda segundo o jornal, Lira será um fato crucial nessa equação de um grupo paralelo. De grande sustentáculo da administração Bolsonaro, o parlamentar migrou rapidamente após a eleição para a órbita petista e tem dado suporte ao governo nesse início de legislatura e recebido sinais de retribuição.
Os primeiros testes reais da bancada de Lula no Congresso devem ocorrer agora, após o Carnaval.
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