Panorama internacional

Especialista: decisão da Rússia de suspender Tratado START é atempada e fará os EUA pensarem melhor

A decisão do presidente russo Vladimir Putin de suspender a participação do Tratado Novo START é "atempada", uma boa decisão que fará com que os EUA "pensem melhor ", podendo ajudar a impedir a retomada de testes nucleares pelos EUA, Reino Unido e França, disse o especialista sul-coreano Park Jung-soo.
Sputnik
Nesta terça-feira (21) Putin, em seu discurso ante a Assembleia Federal, disse que a Rússia suspenderia sua participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas, enfatizando que o país não está se retirando completamente do tratado. Ele observou que, antes de retornar às negociações, "devemos entender para nós mesmos o que pretendem tais países como a França e o Reino Unido e como vamos levar em conta seus arsenais estratégicos, ou seja, a capacidade combinada de ataque da Aliança [do Atlântico Norte]".
De acordo com Park Jung-soo, a situação na Ucrânia "inevitavelmente se arrastará", pois é improvável que os EUA e a OTAN retirem o seu pessoal e armas de lá, as atividades contra a Rússia também vão continuar. Por isso, a probabilidade de escalada do conflito entre as partes envolvidas é maior do que uma redução de tensões.
"Nesta situação, a declaração de Putin sobre a suspensão da participação no Tratado Novo START é uma resposta atempada que pode bloquear a retomada dos testes nucleares pelos EUA, Reino Unido e França, bem como o fortalecimento de suas armas. A decisão do presidente russo de suspender a participação no Tratado Novo START é uma boa escolha para a Rússia. E Putin não pode ser culpado por essa decisão, uma vez que, em 2019, o presidente dos EUA, Donald Trump rompeu o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) que limita a corrida armamentista entre os dois países", observa o especialista sul-coreano.
"Em particular, o Tratado START é o último acordo de desarmamento nuclear em vigor entre os dois países, que simbolizava o fim da Guerra Fria, e estamos em uma situação de crise em que todos eles [os tratados] podem se tornar inválidos, por isso os EUA terão que pensar melhor. É uma boa decisão propor incluir o Reino Unido e a França. Eles estão ainda mais desesperados porque estão perto do front ucraniano e são diretamente afetados pelo medo da guerra", concluiu Park Jung-soo.
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O acordo START prevê que cada lado reduza seus arsenais nucleares de tal maneira que em sete anos, e no futuro, o número total desses armamentos não ultrapasse 700 mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), 1.550 ogivas e 800 sistemas de lançamento implantados e não implantados.
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