"Nós vamos começar a isentar quem recebe até R$ 2.640. Depois vamos gradativamente até chegar aos R$ 5 mil de isenção. Quando a gente vai discutir Imposto de Renda, a gente percebe que quem ganha R$ 6 mil paga mais proporcionalmente do que quem recebe mais", disse Lula na ocasião.
Lula precisa buscar outras fontes de financiamento
"Ainda mais com o rombo deixado pelo governo [do ex-presidente Jair] Bolsonaro, o governo atual terá que fazer um esforço enorme", frisou.
"É possível fazer. Porém, como disse o governo, terá que buscar outras fontes de recurso ou otimizar a máquina pública, reduzindo custos. [...] A estratégia é fazer com que se pague mais imposto sobre a renda, heranças e grandes fortunas e reduzir o imposto sobre o consumo. Dessa maneira, os que ganham menos pagarão menos impostos e os mais ricos, mais impostos, como deve ser", afirmou o ex-presidente do Dieese.
Governo arquitetou plano para reduzir curso fiscal com aumento da isenção
"A tendência é que ela vai valer já para este ano, inclusive, já para este imposto de renda agora. [...] Na prática, quem recebe até R$ 2.640 de fato fica totalmente isento. Só que a isenção para quem tem faixas maiores de renda é só R$ 2.112. Por isso o custo fiscal é muito menor dessa forma. [...] Foi uma forma de conseguir beneficiar especialmente quem recebe rendas menores. [...] Então, assim, para quem recebe rendas menores foi bem interessante, tem impacto bem positivo. Para quem tem rendas maiores, aí acaba que foi bem pouco."
Taxação de lucros e dividendos pode ser a solução para isenção do imposto de renda
"Essa mudança [na tabela de isenção] teria que ser feita de duas formas: a primeira delas seria vinculada a uma reforma tributária, essa reforma tributária teria que incidir em impostos sobre distribuição de lucros. O Brasil é um dos dois países do mundo que não têm imposto de renda sobre a distribuição de lucros. Isso seria uma fonte importante de arrecadação. Com isso, entendo que deveria ter criação de novas alíquotas, essa alíquota máxima está muito baixa. Poderia ter alíquotas, por exemplo, de até 45%, 50%, 55% para quem ganha acima de R$ 10 mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil, R$ 35 mil, R$ 50 mil. Isso seria importante também. Ao criar essas alíquotas, você aumentaria a arrecadação de quem ganha mais em cima. É muito injusto o teto como ele é hoje", defende Weiss.
"Pessoas de rendas relativamente mais baixas têm uma propensão a consumir mais do que as de renda mais alta. Ou seja, a maior parcela da renda de quem tem renda mais baixa é destinada ao consumo. Assim, você proporciona um aumento da demanda na economia. E o que a gente tem de mais entrave para o crescimento atual no curto prazo é uma falta de demanda. Então essa distribuição de renda também reverbera em maior consumo e tem um impacto importante para acelerar a dinâmica de crescimento econômico, como acontecia nos últimos governos Lula. Além disso, essas classes também tendem a consumir mais bens de produção nacional e não importados, o que aumenta o efeito multiplicador."