Operação militar especial russa

Kremlin: ninguém no governo russo acha que a 'devolução' da Crimeia seja possível

O Kremlin não pode imaginar nenhuma circunstância em que a Crimeia possa ser "devolvida", ela é parte integrante da Rússia, disse o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov.
Sputnik
Anteriormente, o presidente norte-americano, Joe Biden, disse que cabe à Ucrânia decidir como e onde terminar o conflito com a Rússia e que ele acha que não será possível recuperar a Crimeia imediatamente.
"Posso imaginar circunstâncias nas quais isto será precedido por um período de transição. Nem tudo de uma vez", disse Biden quando perguntado sobre as perspectivas de retoma da Crimeia pela Ucrânia.
Dmitry Peskov, questionado pelos jornalistas se o Kremlin pode imaginar circunstâncias nas quais a Crimeia volte a fazer parte da Ucrânia, disse:

"Não, não pode. Ela [a Crimeia] é parte integrante da Rússia."

Operação militar especial russa
Zelensky assegura que Ucrânia está tomando medidas militares para atacar Crimeia
A península da Crimeia se tornou uma região russa em março de 2014 após um referendo, na sequência do golpe de Estado na Ucrânia ocorrido meses antes. No referendo, mais de 95% dos cidadãos da Crimeia votaram a favor de reintegrar a Rússia.
A Ucrânia ainda considera a Crimeia seu território temporariamente ocupado, com muitos países ocidentais apoiando Kiev nesta questão.
Por sua vez, a liderança russa declarou repetidamente que os residentes da Crimeia votaram democraticamente pela reunificação com a Rússia, em plena conformidade com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.
Panorama internacional
China apresenta documento com 12 pontos para o fim do conflito na Ucrânia
Peskov afirmou ainda que o Kremlin presta muita atenção ao recente plano de paz da China para a Ucrânia.
"Quaisquer tentativas de elaborar planos que contribuam para levar o conflito em uma direção pacífica são dignas de atenção. O plano de nossos amigos chineses é também um plano que estamos tratando com grande atenção. Quanto aos detalhes – é claro que os detalhes devem ser objeto de uma análise cuidadosa, levando em conta os interesses das diversas partes. É um processo muito longo e tenso", disse Peskov aos repórteres.
Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores chinês publicou em seu site uma declaração de 12 pontos sobre a sua posição quanto a uma solução política da crise ucraniana.
Entre os pontos principais é indicada a necessidade de respeitar a soberania e a integridade territorial de todos os países, de retomar o diálogo direto entre Moscou e Kiev, e um apelo para evitar uma nova escalada.
A China também se opôs ao abuso das sanções unilaterais no contexto do conflito ucraniano, uma vez que não contribuem para a solução da crise.
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