"A solução seria uma OTAN europeia", disse Orbán, acrescentando que o desejo dos Estados Unidos de expandirem ainda mais sua influência foi o que ocasionou as tensões atuais entre o Ocidente e a Rússia.
Moscou está preocupada com a expansão da Aliança Atlântica para o leste da Ucrânia e da Geórgia, afirmou Orbán, referindo-se à sua conversa com o presidente russo, Vladimir Putin, poucas semanas antes do início operação militar especial russa eclodir no final de fevereiro de 2022.
"Putin me disse que seu problema era com as bases de mísseis americanos na Polônia e na Romênia e possível expansão da OTAN na Ucrânia e na Geórgia", disse Orbán à mídia suíça, observando que o líder russo estava preocupado com o potencial dos EUA de implantarem suas armas nesses países também.
Segundo Orbán, essa foi uma das razões subjacentes ao conflito na Ucrânia. "Eu entendo o que Putin disse. Não aceito o que ele fez", explicou o primeiro-ministro húngaro, referindo-se à operação militar especial russa na Ucrânia.
Orbán insistiu que a Hungria deveria ficar fora deste conflito. Ele também observou que Budapeste foi submetida a uma "pressão constante", visto que outras nações ocidentais "querem nos arrastar para a guerra através de todos os meios possíveis".
O político húngaro acredita que isso ocorre porque a União Europeia está servindo os interesses dos Estados Unidos à custa dos seus próprios. "As decisões tomadas por Bruxelas refletem os interesses americanos com mais frequência do que os europeus", sublinhou ele.
Orbán argumentou que as nações ocidentais precisam demonstrar um verdadeiro desejo e vontade de paz se quiserem que ela seja alcançada na Ucrânia. "Essa vontade é o que falta hoje, pelo menos no Ocidente", enfatizou ele.
A Hungria pediu repetidamente a paz em meio ao conflito entre Moscou e Kiev, bem como criticou as sanções ocidentais impostas contra a Rússia e as entregas de armas à Ucrânia.
Em 24 de fevereiro de 2022, Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou o início de uma operação militar especial para a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, em meio ao que disse ser um genocídio da população russófona na região de Donbass pelas forças de Kiev e uma ameaça à integridade territorial russa por parte da OTAN e do governo na Ucrânia.