Operação militar especial russa

Especialista: desejo dos EUA de que TPI processe Rússia demonstra duplicidade de critérios

O desejo dos EUA de que o Tribunal Penal Internacional (TPI) julgue a Rússia por supostos crimes de guerra na Ucrânia demonstra duplicidade de critérios, diz o ex-deputado do parlamento alemão e jornalista Armin-Paul Hampel.
Sputnik

"As relações entre os EUA e o TPI, estabelecido pela ONU em 1998, são de total hipocrisia. Os EUA não reconhecem o tribunal, nem a China, Rússia ou Israel, mas a tentação da administração Biden de fornecer informações ao tribunal para que o TPI julgue a Rússia por supostos crimes dela na Ucrânia é grande. A América protege seus militares e civis, mas quer que o tribunal julgue os militares russos [...] Quão justo é isso?", questiona Hampel em conversa com a Sputnik.

O especialista observa que os EUA proíbem o TPI de julgar cidadãos norte-americanos, e o Exército está até autorizado a usar a força militar para libertar americanos que são detidos pelo tribunal.
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Como exemplo, Hampel citou um caso em setembro de 2018 quando o TPI em Haia iniciou uma investigação sobre soldados estadunidenses que serviam no Afeganistão, mas Washington ameaçou os juízes e procuradores do tribunal com sanções se eles iniciassem o procedimento.

"Depois do massacre em My Lai no Vietnã realizado por soldados americanos e das torturas na prisão de Abu Ghraib no Iraque, o mundo inteiro sabe que o Exército norte-americano comete atrocidades, mas acredito que o Pentágono nunca permitirá que o tribunal processe os americanos [...] A abordagem unilateral de Washington torna qualquer decisão do TPI pelo menos questionável", disse Hampel.

Ele apontou também que isto levanta a questão dos crimes cometidos por militares ucranianos, mas os EUA e seus aliados parecem ignorar isso.
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Anteriormente, o The New York Times informou que o Pentágono bloqueia a transferência de material para o TPI sobre supostos crimes cometidos pelos militares russos na Ucrânia, temendo que os próprios americanos tenham que responder a tais acusações.
O Ministério das Relações Exteriores russo disse à Sputnik que o Ocidente tenta encobrir seu envolvimento em crimes de guerra na Ucrânia, iniciando a criação de um tribunal que não vai ter jurisdição sobre a Rússia.
O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, salientou que a Rússia rejeita categoricamente as acusações de Kiev sobre alegados crimes de guerra na Ucrânia.
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