Após o caso das joias árabes explodir na semana passada, outras informações vieram à tona, por exemplo, a declaração do ex-presidente, Jair Bolsonaro, quarta-feira (8) à CNN de que teria incorporado um dos estojos com os artigos de luxo dados pela Arábia Saudita ao acervo pessoal dele.
A princípio, Bolsonaro alegou que o estojo foi entregue ao departamento de documentação do Palácio do Planalto, mas mesmo mudando a versão, disse ontem (8) que "não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz".
Hoje (9), o presidente da Comissão de Transparência, Governança e Fiscalização e Controle do Senado, Omar Aziz (PSD), disse que investigará o caso envolvendo as joias, segundo o jornal O Globo.
"Me desculpe, mas não nada nessa história é normal. Um ministro de estado e assessores carregando joias de um país para outro... Uma de R$ 16,5 milhões. Parece que estamos falando de chocolate, mas não é. São joias, uma joia de R$ 16,5 milhões. Fui eleito ontem presidente da Comissão de Fiscalização e é nosso dever investigar e fiscalizar. É uma atribuição nossa", afirmou Aziz.
A investigação acontecerá não só pela tentativa do governo Bolsonaro de burlar a alfândega ao não declarar as joias, o Senado também vai apurar se o caso tem relação com a venda da refinaria de Mataripe, na Bahia.
Responsável por cerca de 14% da capacidade de refino do Brasil, a planta foi assumida por uma empresa privada, a Acelen, do fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, no mesmo ano em que Bolsonaro recebeu as peças preciosas.
"A primeira coisa que vamos fazer é realizar uma investigação a fundo sobre a venda da refinaria da Bahia. Se foi a preço de mercado. Vamos ouvir Ministério de Minas e Energia. Vou também conversar com o presidente do Tribunal de Contas de União (TCU)", informou Aziz.
A comitiva do ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, trouxe dois pacotes com presentes e uma escultura enviados pela Arábia Saudita em outubro de 2021. Ele permaneceu no comando do ministério de Minas de Energia até maio de 2022.
Uma caixa com relógio e outras peças que entraram no Brasil foram entregues a Bolsonaro em novembro do ano passado, quando o Ministério de Minas e Energia era comandado por Adolfo Sachsida.