Nesta semana, a Venezuela recebeu a primeira comitiva brasileira – liderada pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim – em Caracas. O encontro entre Amorim e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi registrado pelo próprio Maduro, conforme noticiado.
Agora, o país vizinho retribuiu a visita e enviou a primeira comitiva venezuelana ao Brasil, a qual "será a primeira de muitas", afirmam fontes dos dois governos segundo o jornal O Globo.
A missão, comandada pelo vice-ministro das Relações Exteriores para a América Latina, Rander Peña, também buscará "identificar áreas de cooperação para atendimento integral a comunidades indígenas Yanomamis de ambos os países", relata a mídia.
Peña será recebido pela secretária geral do Itamaraty, embaixadora Maria Laura da Rocha, confirmaram fontes diplomáticas.
A questão das comunidades Yanomamis não tem na Venezuela a mesma importância e repercussão que tem no Brasil. O governo Lula decidiu enfrentar a crise humanitária do povo indígena nas primeiras semanas do governo, e a cooperação com a Venezuela tem vários objetivos, além da própria ajuda às comunidades.
Também participará do encontro o novo encarregado de negócios do Brasil em Caracas, embaixador Flavio Macieira, e é esperada ainda a presença do novo embaixador venezuelano em Brasília, Manuel Vicente Vadell, que esteve em Caracas para acompanhar o encontro de Maduro e Amorim.
A Secretária-Geral das Relações Exteriores, Embaixadora Maria Laura da Rocha, recebe as cópias figuradas das cartas credenciais do Embaixador da a Venezuela, Manuel Vicente Vadell Aquino, 23 de fevereiro de 2023
© Foto / Gustavo Magalhães / MRE do Brasil
A viagem de Amorim foi curta (com menos de 24 horas) e foi discretamente não informada pelos canais de comunicação do governo brasileiro, entretanto, segundo a mídia, foi possível ao assessor e ex-chanceler perceber como está a situação do país vizinho.
Em uma primeira análise, comentaram fontes que acompanharam a visita, foi observado que a situação atualmente é complexa, talvez mais do que alguns membros da comitiva brasileira imaginavam.
Ainda de acordo com o jornal, a intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é recompor a relação bilateral com uma agenda positiva, e acompanhar a Venezuela de Maduro no que o Brasil espera que seja um processo de recuperação plena da democracia.
A preparação e os gestos que o Palácio de Miraflores dará em relação às eleições presidenciais de 2024 serão essenciais para avançar nesta direção.
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