"Tenho certeza de que isso é um absurdo completo", disse Putin durante entrevista concedida à mídia russa.
Anteriormente, um jornal dos Estados Unidos sugeriu que algum grupo pró-ucraniano poderia ter realizado a sabotagem do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) e que Kiev poderia não ter conhecimento dos planos desse grupo.
O líder russo, no entanto, apontou que apenas especialistas apoiados por um Estado que possua "certas tecnologias" poderiam realizar o trabalho em águas tão profundas para criar explosões poderosas o suficiente para destruir os gasodutos.
Desde que as explosões ocorreram, Moscou vem tentando persuadir outros Estados europeus, diretamente implicados ou interessados no incidente, a conduzir investigações que possam esclarecer de uma vez por todas o que aconteceu e quem está por trás das explosões que foram classificadas pelo Kremlin como um "ataque terrorista".
"É muito difícil para nós conduzirmos nossa própria investigação se não tivermos permissão para entrar no local desse ataque terrorista. O fato de se tratar de um ataque terrorista não é mais segredo para ninguém. Na minha opinião, todos já reconheceram isso. Além disso, o ataque terrorista foi claramente cometido em nível estatal porque nenhum amador poderia cometer tais ações", disse Putin.
De acordo com o Kremlin, a necessidade de uma investigação mais abrangente seria determinante para fortalecer a segurança europeia. Mais cedo, o primeiro-vice-representante da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyansky, disse que a Rússia distribuiu à ONU uma cópia da correspondência com países que investigam os ataques terroristas aos gasodutos Nord Stream 1 e 2, e que os documentos indicam que eles não informaram suficientemente o lado russo sobre o assunto.
"Aparentemente, vários dispositivos explosivos foram plantados no Nord Stream, alguns deles explodiram, mas outros não", afirmou o presidente.
Mais cedo, nesta terça-feira (14), Alemanha, Dinamarca e Suécia se recusam a cooperar com o gabinete do procurador-geral russo e o Serviço Federal de Segurança na investigação das explosões nos gasodutos de acordo com o embaixador russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, em carta enviada ao secretário-geral da ONU, António Guterres.
"Em primeiro lugar, as autoridades dinamarquesas, alemãs e suecas se recusaram a fornecer assistência jurídica solicitada pela procuradoria-geral da Federação da Rússia e pelo Serviço Federal de Segurança da Federação da Rússia", escreveu Nebenzya na carta.
Ainda segundo a carta, Dinamarca e Suécia justificaram a recusa argumentando que "'a execução de pedidos da Federação da Rússia poderia colocar em risco a segurança' desses Estados. A Alemanha afirmou que poderia implicar 'possível preconceito aos interesses' de seu país".