Em requerimento entregue ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, petroleiros da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) querem que a empresa investigue internamente as vendas realizadas pela estatal nos últimos sete anos.
"É necessário e urgente que sejam investigadas todas as vendas de ativos da estatal ocorridas entre 2016 e 2022. Há muitas negociações suspeitas, com casos escandalosos de venda do patrimônio da Petrobras a preço vil", afirmou a advogada da FNP, Raquel Sousa, ouvida pelo jornal O Dia.
Segundo Sousa, as vendas de importantes ativos da estatal iniciadas em 2016, no mandato de Michel Temer, se intensificaram a partir de 2019, no governo de Jair Bolsonaro (PL), com destaque para três negociações: BR Distribuidora, Transportadora Associada de Gás (TAG) e Nova Transportadora do Sudeste (NTS).
A auditoria interna solicitada pela FNP pretende vai reforçar as provas das ilegalidades na venda de ativos e o rombo causado nas contas da petrolífera brasileira, relata a advogada.
"Existem vários indícios e provas, inclusive, de vendas que foram lesivas à estatal e ao país, sendo que algumas delas, a exemplo da TAG e NTS, continuam causando prejuízos. A investigação vai confirmar o crime que foi cometido na Petrobras e as provas devem ser levadas ao judiciário", diz.
De acordo com o Observatório Social do Petróleo (OSP), mantido pela FNP, durante o governo Bolsonaro foram vendidos 54 ativos da Petrobras, alcançando a marca de R$ 175 bilhões, ou 62,3% do total de vendas realizadas pela empresa em oito anos.