Nesta quinta-feira (23), Gergely Gulyas, chefe de gabinete do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, disse que Budapeste nunca prenderia Putin se ele entrasse no país, acrescentando que isso não teria bases legais, segundo a Reuters.
A fala de Gulyas acontece depois que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu na sexta-feira passada (17) um pedido de prisão para o líder russo, Vladimir Putin.
"Podemos nos referir à lei húngara e com base nisso não podemos prender o presidente russo [...] já que o estatuto do TPI não foi promulgado na Hungria", afirmou Gulyas citado pela mídia.
Quando questionado, ele disse que seu governo "não se posicionou" sobre o mandado de prisão emitido contra Putin.
"Essas decisões não são as mais afortunadas, pois levam as coisas a uma maior escalada e não à paz, esta é minha opinião subjetiva pessoal", acrescentou.
Do lado russo, a chancelaria, através da porta-voz oficial, Maria Zakharova, disse que as decisões do TPI "não têm nenhum significado para nosso país, inclusive do ponto de vista legal".
De acordo com o politólogo Lucas Leiroz, entrevistado pela Sputnik Brasil, o anúncio do mandado "acaba sendo uma decisão sensacionalista" visto que "não há validade legal ou documental".
Leiroz ainda destacou que, em termos práticos, o mandado do TPI também colabora para que a "opinião pública aumente sua antipatia pelo governo russo e perpetue toda forma de discurso anti-Rússia e a russofobia que está sendo propagandeada pela mídia".