"Vou dizer uma coisa que é óbvia: a Federação da Rússia está em guerra não com a Ucrânia, ou com o regime semi-nazista ou nazista ucraniano, nosso país está em guerra com um exército de 3,6 milhões da OTAN. Eles, é claro, estão envolvidos em um conflito híbrido e, de fato, já não escondem isso", disse Medvedev em uma entrevista aos principais meios de comunicação russos incluindo a agência Sputnik.
O ex-presidente russo observou que "eles [a OTAN] estão envolvidos em treinamentos, estão prestes a chegar e a começar a implantar algo etc.". "É absolutamente óbvio o envolvimento direto no conflito, seus analistas o reconheceram", declarou o ex-presidente.
De acordo com Medvedev, as armas fornecidas a Kiev e os especialistas estrangeiros que vêm com elas são um alvo legítimo para os militares russos.
"Se junto com essas armas chegam especialistas militares, isso é uma evidência direta de que o país está envolvido no conflito. Portanto, se os Patriot ou alguns outros meios de ataque são enviados ao território da Ucrânia junto com especialistas estrangeiros, eles são naturalmente um alvo legítimo e estão sujeitos à eliminação", advertiu Medvedev.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia disse também que o Ocidente com suas sanções está lutando não com a liderança da Rússia, mas com cidadãos comuns do país. Ele explicou que as ações do Ocidente forçam os russos a comprar tudo mais caro, bloqueiam os cartões bancários e restringem a circulação de cidadãos russos em todo o mundo.
Medvedev também ressaltou que o mundo mudou, e isso implica mudanças na estrutura das instituições de segurança globais.
"O mundo mudou. Mudou tão radicalmente como eu não imaginaria há alguns anos. Não há caminho para trás, já não será do jeito que era. Não sei se isso é bom ou ruim – mas provavelmente é bom. Chegou o fim da ditadura dos países anglo-saxônicos, mesmo em virtude dos eventos que estão ocorrendo", disse Medvedev. "Não sei o que acontecerá a seguir, mas é claro que está chegando a era de acordos regionais como o BRICS e a OCX, as relações bilaterais" conclui ele.
Anteriormente, Medvedev disse que o Ocidente não precisa de uma parceria igualitária com a Rússia ou a China, precisa sim de manter a hegemonia.