Os clientes dos bancos dos EUA retiraram US$ 98,4 bilhões (R$ 524,59 bilhões) entre 8 e 15 de março, no período a seguir à falência do Silicon Valley Bank (SVB) e do fechamento do Signature Bank, demonstram dados publicados na sexta-feira (24) pelo Fed, ou Reserva Federal, o banco central dos EUA.
Em 10 de março, o sistema bancário dos EUA passou pelo maior revés desde a crise financeira de 2008, com o SVB, o 16º maior banco do país, entrando em colapso depois que os depositantes, em sua maioria ligados ao setor de tecnologia e empresas apoiadas por capital de risco, retiraram seu dinheiro, por preocupação com a propagação da crise dentro do banco.
Dois dias depois, os reguladores fecharam o Signature Bank devido a riscos sistêmicos, e a fim de evitar o contágio no setor.
Os dados do Fed revelam que as maiores retiradas de dinheiro foram de bancos pequenos, totalizando US$ 120 bilhões (R$ 639,74 bilhões), enquanto os depósitos em bancos grandes aumentaram em US$ 67 bilhões (R$ 357,19 bilhões). As ações reduziram o total de depósitos no país norte-americano para pouco mais de US$ 17,5 trilhões (R$ 93,3 trilhões).
Na sexta-feira (24) Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA, e Jerome Powell, presidente do Fed, participaram de uma reunião especial de portas fechadas do Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira, na qual funcionários dos EUA discutiram a situação atual do setor bancário do país.
Em uma declaração divulgada após a reunião, e citada pela emissora norte-americana CNBC, o conselho concluiu que "embora algumas instituições tenham passado por dificuldades, o sistema bancário americano continua sólido e resiliente". Foi também decidido que as agências econômicas dos EUA deveriam seguir monitorando a evolução financeira.