O governo remarcou a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China para 11 de abril, entretanto, a data ainda não foi confirmada por Pequim uma vez que o presidente, Xi Jinping, está com agenda bastante ocupada para visitas internacionais, de acordo com o Último Segundo.
Caso a China aceite, os dois líderes se encontrarão no dia 13. Porém, com a aprovação da data, Lula terá que desmarcar seu encontro com a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que estava marcado para o dia 12.
O que se manteria, mesmo com sinal verde da China, seria a reunião com o chanceler russo, Sergei Lavrov, a qual está agendada para o dia 17 de abril.
Lula deveria embarcar no último sábado (25), mas após ser diagnosticado com pneumonia, o mandatário precisou adiar a viagem. Para essa nova data, o chefe do Executivo convidou novamente o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para ir em sua comitiva, segundo a mídia.
Muitos anúncios seriam feitos na visita do presidente brasileiro a Pequim e Xangai, mas mesmo que ela ainda não tenha acontecido, representantes do governo e empresários seguiram à capital chinesa da mesma forma e, nesta quarta-feira (29), foi anunciado que exportadores brasileiros não precisarão utilizar o dólar para fazer suas transações comerciais com a China, segundo a coluna de Jamil Chade no UOL.
O acordo foi fechado em janeiro, mas só hoje (29) o Ministério da Fazenda brasileiro anunciou oficialmente o pacto comercial. De acordo com o governo, bancos do Brasil também poderão passar a usar o sistema de pagamentos chinês.
"Esse é um esforço para reduzir os custos de transação", disse Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, citada pela mídia.
Porém, a coluna ressalta que o novo formato de transação não será obrigatório. Se o exportador desejar, o comércio poderá continuar sendo realizado em dólares. Mas para aqueles que optarem por realizar a venda entre reais e Renminbi, uma espécie de caixa será estabelecida no Brasil para garantir a conversão e a liquidez entre as duas moedas.
A China conta com o mesmo sistema em diversos países do mundo, entre eles Chile e Argentina.
Outro acordo permitirá ainda que bancos brasileiros possam participar do sistema de pagamentos no mercado financeiro chinês. Pequim é o maior destino das exportações nacionais, com um peso determinante para o superávit comercial do Brasil.
Além desses pactos comerciais, um outro que pode acontecer por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é o que costura um acordo para acesso a créditos asiáticos e financiamento de projetos no Brasil, tanto no que se refere à infraestrutura como à transição energética.
A diretora de Mercado de Capitais do BNDES, Natália Dias, afirmou na segunda-feira (27) na capital chinesa que o atual desembolso do banco é de R$ 100 bilhões. Isso representa 0,7% do PIB nacional e bem abaixo da média do que era destinado pela instituição para a economia brasileira. A meta é a de chegar a 2% do PIB, o que significaria ultrapassar a marca de R$ 200 bilhões.
No caso chinês, a ideia é de que o financiamento também poderia auxiliar a alavancar projetos de infraestrutura que estão sendo liderados por empresas de Pequim e que, hoje, o Brasil ainda não tem como viabilizar, relata a mídia.