"O golpe para o Ocidente é triplo. Os altos preços do petróleo manterão a inflação alta. O movimento sinaliza que Arábia Saudita está virando as costas ao Ocidente e se voltando para a China. O aumento dos preços do petróleo também prejudicará as sanções à Rússia – onde os lucros do petróleo estão prestes a aumentar", disse autora.
A observadora referiu que nas relações com Riad "é provável que um dos maiores vencedores seja Vladimir Putin". Por exemplo, o analista Benjamin Hilgenstock forneceu um relatório afirmando que um aumento de US$ 1 no preço do petróleo bruto aumentaria as receitas da Rússia em cerca de US$ 2,7 bilhões (R$ 13,65 bilhões) por ano.
Além disso, a jornalista destacou que as sanções ocidentais sobre o combustível russo estão "atrasadas". Elas começaram a operar apenas em dezembro de 2022, mas assim que as receitas de Moscou começaram a cair "a OPEP interveio e novamente as estimulou".
"Assim como a Rússia arrecada dinheiro, o Ocidente estará rangendo sob o peso da inflação", escreveu autora.
Os países da OPEP+ anunciaram nesta semana um corte adicional voluntário na produção de petróleo antes do final do ano. Para a Rússia e a Arábia Saudita o número será de 500 mil barris por dia, para o Cazaquistão – 78 mil.
No domingo (2), a Arábia Saudita e outros produtores de petróleo da OPEP+ anunciaram cortes voluntários em sua produção no valor de cerca de 1,15 milhão de barris por dia, em uma medida surpresa que, segundo eles, visa apoiar a estabilidade do mercado.