Segundo ele, o mundo ainda não atingiu o auge da escalada, mas a adesão da Finlândia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e a hipotética, embora negada pelas autoridades finlandesas, implantação de armas nucleares norte-americanas em seu território pode aproximar o ponto de não retorno.
"A Finlândia está agora na OTAN, com uma nova fronteira da aliança com a Rússia de cerca de 1.300 quilômetros de comprimento, que será reforçada militarmente de ambos os lados. No final, também não pode ser descartada a instalação de armas nucleares americanas, mesmo que os finlandeses agora o neguem", acredita Braun.
Braun lembra que há ogivas nucleares nos territórios de tais membros da aliança e aliados americanos como Alemanha, Itália, Canadá, Bélgica, Países Baixos e Turquia.
Além disso, de acordo com o atual projeto conjunto com os EUA, até 2024 todas as ogivas nucleares implantadas na Europa serão substituídas pelo modelo B61-12 atualizado, mais preciso e eficiente, segundo o especialista.
"Vivemos, a meu ver, em tempos muito perigosos. A dinâmica da escalada ainda não atingiu seu auge e, dia após dia, vemos passos no sentido de um agravamento da situação. Por exemplo, o possível fornecimento de projéteis com urânio à Ucrânia, que representam uma ameaça para as pessoas e para o meio ambiente", afirmou Braun.
Na opinião dele, a única maneira de sair desta situação é iniciar conversações de paz sobre a Ucrânia o quanto antes.
Reiner Braun copatrocinou uma recente carta ao chanceler Olaf Scholz apelando a Berlim e Paris para apoiarem uma iniciativa de paz para a Ucrânia com mediadores do Brasil, China, Índia e Indonésia.
Há pouco tempo, o presidente russo Vladimir Putin disse que Moscou e Minsk haviam concordado em implantar armas nucleares táticas em Belarus sem violar os compromissos internacionais.
Putin explicou que a Rússia não está entregando suas armas nucleares para Belarus, mas está fazendo o que os EUA vêm fazendo há décadas.
Os EUA mantêm 100 ogivas nucleares táticas perto da Rússia em seis bases de cinco países da OTAN – Bélgica, Alemanha, Itália, Países Baixos e Turquia.
Anteriormente, o Reino Unido anunciou seus planos de entregar projéteis com núcleo de urânio empobrecido à Ucrânia junto com os tanques Challenger.
Putin, falando sobre a iniciativa, disse que o Ocidente decidiu lutar contra a Rússia até o último ucraniano, não em palavras, mas em ações.