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Após Lira montar 'superbloco' com 173 deputados, líder do grupo admite dificuldades com governo Lula

Presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL) e procurador-geral da República, Augusto Aras, 2 de fevereiro de 2023
Quanto maior o bloco, mais poder de negociação política e influência nas decisões e distribuição dos cargos na Casa acontecem. O "blocão" de Lira, como já é conhecido, será o fiel da balança em qualquer votação importante para o Palácio do Planalto.
Sputnik
Ao longo dessa semana em Brasília foram articulados blocos entre os partidos do Congresso, e dessa articulação, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira e sua legenda, o Progressistas (PP), conseguiram fechar um "superbloco" com 173 parlamentares, o maior da Casa.
O "superbloco" será composto por PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e pela federação Cidadania-PSDB.
O poder do bloco é grande, mas de acordo com Lira a intenção não é fazer "oposição" ao governo ou "chantagem" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente da Câmara afirmou também ontem (13), em entrevista à Globonews, que blocos partidários são formados para ocupação de espaços internos da Casa e que Lula tem a "confiança" dos deputados.
Porém, o líder do bloco, deputado Felipe Carreras (PSB), disse hoje (14) que o grupo recém-formado ainda não tem uma afinidade completa com o governo Lula e evitou citar uma porcentagem de quantos deputados do bloco apoiam a gestão, acrescentando que o apoio vai depender dos projetos apresentados.
"Não fizemos essa conta. É difícil falar, a gente ainda tem muitas dificuldades a serem superadas. Vai ter votações que a gente vai ter a totalidade, vai ter votações que a gente talvez não tenha, vamos ver quais serão os temas", disse Carreras citado pela revista Exame.
Apesar disso, o líder do PSB disse que vai trabalhar para o bloco pavimentar a governabilidade de Lula na Câmara, mas criticou a atuação contra o grupo dentro do PT.
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Em sua visão, a legenda "está confusa", visto que os deputados Lindbergh Farias (PT) e Gleisi Hoffmann (PT) foram contra a entrada do PSB e PDT ao bloco de Lira, mas José Guimarães (PT) e Zeca Dirceu (PT) endossaram a escolha dos partidos no bloco.
"Tem gente que está meio confusa. Acho que devia se reservar a fazer comentários dentro da sua bancada, internamente, não expor. Tem que procurar agregar, esse é o espírito da gente", disse.
A iniciativa da criação do bloco de Lira também foi uma resposta à formação de um bloco entre MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC dias antes, que agrega 142 parlamentares, o segundo maior.
Juntos, os blocos somam 315 congressistas e reúnem 61% da Casa, o que seria suficiente para a aprovação de um projeto de lei e de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).
Já o PL, principal partido da oposição, com 99 deputados, e a federação PT-PV-PCdoB, com 81 deputados, perderam a liderança e vice-liderança na composição da Câmara.
Para o líder da federação petista, Zeca Dirceu, ainda que os dois blocos não sejam nem a favor nem contra o governo, o diálogo se facilita. "Falar com 20 líderes, partido por partido, fica muito difícil para qualquer governo", disse Zeca Dirceu citado pelo Estadão.
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