Panorama internacional

Após criticar Brasil novamente e falar em 'falta de neutralidade', EUA ligam para Celso Amorim

O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, fala em uma coletiva de imprensa na Casa Branca em Washington, 10 de novembro de 2022
Washington, através de seu conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, entrou em contato com o diplomata para debater os últimos acontecimentos envolvendo Lula e suas afirmações sobre EUA e UE em relação à Ucrânia. Casa Branca acusou ontem (18) o Brasil de "falta de neutralidade".
Sputnik
Em meio à polêmica sobre as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o conflito na Ucrânia, Sullivan entrou em contato com Celso Amorim, assessor especial da presidência para assuntos estrangeiros, nesta terça-feira (18) para conversar sobre o assunto.

Sullivan e Amorim "discutiram uma série de questões bilaterais e globais", incluindo o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, além do tema, "cooperação contínua para combater a mudança climática e proteger o meio ambiente" também foi abordado, disse a Casa Branca citada pela Bloomberg.

No domingo (16), o mandatário brasileiro afirmou que os Estados Unidos e a União Europeia alimentam o conflito. Em seguida, na segunda-feira (17), a Casa Branca disse que "o Brasil está repetindo como um papagaio a propaganda da Rússia e da China, sem analisar os fatos".
John Kirby, coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, durante coletiva de imprensa. Washington D.C., EUA, 6 de abril de 2023
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Ontem (18), o assunto voltou a ser comentado pelos americanos, desta vez pela porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, durante sua entrevista coletiva, segundo o Yahoo.
Questionada, a porta-voz afirmou que o presidente brasileiro não teve um posicionamento neutro e que seu tom surpreendeu as autoridades americanas.
"Ficamos impressionados com o tom da entrevista coletiva do Ministério das Relações Exteriores ontem [17], que não era um tom de neutralidade, sugerindo que os Estados Unidos e a Europa não estão interessados ​​na paz ou que compartilhamos a responsabilidade pela guerra. Acreditamos, e é verdade, que está completamente errado. Claro que queremos que essa guerra termine. O que ouvimos, o tom, não foi neutro e não é verdade", afirmou.
Amorim concedeu uma grande entrevista também ontem (18) defendendo a posição do Brasil, e que o país, apesar de ter boas relações com os Estados Unidos, "não é obrigado a ter que seguir todas as opiniões que eles têm", conforme noticiado.
Anteriormente, Amorim já havia sinalizado que a Rússia "tem suas razões para se preocupar com o Ocidente".
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