Na quarta-feira (19) à noite, após o então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, pedir demissão, o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal ouça o militar sobre os novos vídeos da área interna do Palácio do Planalto durante as invasões de 8 de janeiro.
"Na data de hoje [19], a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI", diz trecho da decisão.
Moraes também determinou que o novo chefe interino do GSI, Ricardo Cappelli, informe ao Supremo Tribunal Eleitoral (STF) em 24 horas a identificação de todos os servidores – civis e militares – que aparecem nas imagens, de acordo com o G1.
A presença e a atuação de Dias na sede do Executivo, no dia dos atos, foram divulgadas em vídeo que mostra o então ministro e funcionários do GSI circulando entre os invasores Planalto enquanto os auxilia.
Segundo o blog de Andréia Sadi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está indignado", visto que, ao serem pedidas imagens do setor ainda em janeiro, o general afirmou em frente à sala do presidente que a câmera estava quebrada.
A avaliação é de que as imagens foram, na verdade, escondidas de Lula, já que foi perguntado de maneira explícita ao general sobre a filmagem das mesmas.
Foi a partir daí que o general Dias ganhou uma sobrevida de 100 dias, e só foi exonerado ontem (19), após a revelação das imagens da câmera que ele havia dito à cúpula do Planalto que estava quebrada.
Na filmagem divulgada, também é possível ver a equipe do GSI dando água para os invasores e indicando uma saída de emergência para eles. Ainda segundo o G1, o homem nas imagens é o major do Exército José Eduardo Natale de Paula Pereira.
O militar atuava como coordenador de segurança de instalações dos palácios presidenciais e estava trabalhando no Palácio do Planalto no domingo dia 8 de janeiro.