Quando foram realizados os primeiros estudos técnicos e a busca de um local para uma usina nuclear, os resultados apontaram Mersin-Akkuyu, Sinop-Iceburun e Kirklareli-Igneada que acabaram sendo selecionados como os mais adequados para a construção de uma usina.
A TEK realizou o trabalho de licenciamento para Akkuyu e preparou um relatório detalhado, com base em pesquisas no local, que foi submetido à autoridade de licenciamento, a Comissão de Energia Atômica do gabinete do primeiro-ministro.
Em 1976, o local de Akkuyu foi licenciado para construir uma usina nuclear, mas o trabalho foi suspenso devido ao acidente de Chernobyl em 1986.
Renovação do investimento dos anos 1990
A pesquisa sobre a construção de usinas nucleares turcas para geração de eletricidade se intensificou no início dos anos 1990.
Em outubro de 1992, a TEK enviou uma carta aos principais fabricantes de usinas nucleares do mundo solicitando informações sobre os aspectos técnicos e financeiros da construção de uma usina nuclear de 1.000 Megawatts (MW) com uma ou duas unidades na Turquia, chave na mão ou sob o modelo de construção, propriedade e exploração, com vista a colocá-la em funcionamento em 2002.
Em janeiro de 1993, o projeto da usina nuclear de Akkuyu foi publicado no Diário Oficial da Turquia e novamente incluído no programa de investimentos. No final de 2002, a Agência Turca de Energia Atômica (TAEK), que atuou como autoridade de licenciamento sob o gabinete do primeiro-ministro, fundiu-se com o Ministério de Energia e Recursos Naturais turco.
Em novembro de 2004, o Ministério de Energia e Recursos Naturais e a TAEK anunciaram o início da construção em 2007 de três reatores nucleares com capacidade total de 5.000 MW. No dia 18 de março de 2008, após sua publicação no Diário Oficial, entrou em vigor o decreto do Ministério da Energia sobre a construção de usinas nucleares.
Usina de Akkuyu foi licitada 4 vezes
A primeira licitação para uma usina nuclear turca ocorreu em 1976, quando foi concedida a licença para o local de Akkuyu.
No entanto, a empresa sueca ASEA Atom, vencedora do certame, não conseguiu obter crédito externo e o projeto foi suspenso. No final de 1983, a licitação foi negociada com outras três empresas. Foram pedidas garantias financeiras à República da Turquia, mas o governo se recusou a fornecê-las e se ofereceu para implementar o projeto no modelo "construir-dispor-operar", razão pela qual as negociações foram concluídas sem resultado.
Um terceiro concurso foi realizado em 1998, mas foi cancelado por decisão do Conselho de Ministros depois que o então primeiro-ministro, Bulent Ecevit, afirmou que não era necessário desenvolver fontes alternativas de energia.
Cooperação com a Rússia iniciada em 2010 No dia 12 de maio de 2010, foi assinado um acordo de cooperação entre a Turquia e a Rússia para a construção e operação da usina nuclear de Akkuyu, que foi um marco importante no caminho do país eurasiano para a aquisição de sua própria energia nuclear.
No dia 13 de dezembro de 2010, foi constituída a empresa do projeto e iniciado o processo de preparação. Em 1º de dezembro de 2014, o Ministério do Meio Ambiente da Turquia aprovou o relatório de avaliação de impacto ambiental da usina nuclear e a licença de geração de energia foi concedida no dia 15 de junho de 2017.
Em outubro desse mesmo ano, a Rosatom obteve uma licença limitada, e no dia 10 de dezembro, a estatal iniciou a construção de instalações prioritárias não nucleares, necessárias ao desenvolvimento de unidades geradoras de eletricidade. Em 2 de abril de 2018, teve início a construção do prédio do primeiro reator da unidade.
Construção da usina nuclear de Akkuyu
No dia 3 de abril de 2018, o presidente russo Vladimir Putin e seu homólogo turco Recep Tayyip Erdogan iniciaram a construção da usina nuclear de Akkuyu por videoconferência.
A construção da segunda unidade da usina começou no dia 8 de abril de 2020, a terceira unidade no dia 10 de março de 2021 e a pedra fundamental da quarta e unidade final foi lançada em 21 de julho de 2022. Uma vez em operação, as quatro unidades da central nuclear cobririam 10% da demanda total de eletricidade da Turquia.
A capacidade de cada uma das quatro unidades de energia (reatores VVER-1200 — um acrônimo para o Reator Russo de Energia Água-Água — de uma nova geração "3+" com indicadores técnicos e econômicos aprimorados, atendendo aos mais rigorosos padrões de segurança) vai ser de 1.200 MW, e sua capacidade total de 4.800 MW.
No dia 27 de abril, vai ser realizada a cerimônia de carregamento de combustível nuclear da primeira unidade, após a qual a usina deve receber o status de "instalação nuclear". As três unidades restantes estão programadas para entrar em serviço até o final de 2026, com intervalos de um ano. Espera-se que a usina produza cerca de 35 bilhões de quilowatts-hora de eletricidade por ano.
'Geração de eletricidade começa dentro de 1 ano'
O ministro turco de Energia e Recursos Naturais, Fatih Donmez, declarou em entrevista à CNN Turquia que "em 27 de abril, o primeiro combustível nuclear será entregue a Akkuyu. Testes e testes serão realizados. Há certo prazo antes de iniciar a geração direta de eletricidade. Posso dizer que dentro de nove a 12 meses, ou seja, cerca de um ano [antes do final de abril de 2024], a usina começará a produzir eletricidade."
'Akkuyu vai trazer cerca de US$ 6,5 bilhões'
O presidente Erdogan destacou que, graças ao comissionamento da usina nuclear de Akkuyu, a Turquia vai poder reduzir as importações de gás natural usado para geração de eletricidade e canalizar para venda o gás extraído no mar Negro. Assim, segundo o presidente turco, Akkuyu vai permitir uma entrada de mais de US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 32,7 bilhões).