As terras estão localizadas em seis estados brasileiros – Acre, Amazonas, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Sul e Goiás. O governo liberou R$ 12,3 milhões para a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e assinou alguns decretos, entre eles a recriação do Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que pretende cumprir sua promessa de campanha e demarcar "o maior número possível de terras indígenas" durante seu mandato. Porém, ele reconheceu que o processo não é simples e pode levar algum tempo, relata o jornal O Globo.
"Eu queria que vocês tivessem consciência de que nós vamos fazer tudo aquilo que falamos que vamos fazer durante a campanha. Vamos legalizar as terras indígenas. É um processo um pouco demorado. Nossa ministra [Sonia Guajajara, do Povos Indígenas] sabe do processo, tem que passar por muitas mãos e a gente vai ter que trabalhar muito para que a gente possa fazer a demarcação do maior número possível de terras indígenas", afirmou Lula durante visita ao Acampamento Terra Livre, em Brasília.
De acordo com a mídia, a verba destinada pela Funai será usada para a aquisição de insumos, ferramentas e equipamentos para as casas de farinha — local onde se transforma a mandioca em farinha — a fim de recuperar a capacidade produtiva das comunidades indígenas Yanomami.
"Eu jamais imaginei que existisse um governo que deixasse crianças e pessoas adultas chegarem aquelas condições. Pessoas que quase não podiam levantar de fome [...] em um país que é o terceiro produtor de alimento no mundo. Aquele povo estava no esquecimento, estava sendo refém de garimpeiros" afirmou o presidente em seu discurso.
Ano passado, às vésperas de oficializar a sua candidatura ao Palácio do Planalto, Lula visitou o acampamento e falou que criaria o ministério voltado para as questões indígenas caso fosse eleito.