Conforme um artigo do Guardian, na véspera da coroação do monarca britânico, ativistas de 12 países escreveram uma carta pedindo ao rei que inicie o processo de "desculpas formais" e "reparações".
De acordo com o jornal, a carta intitulada "pedido de desculpas, indenizações e devolução de artefatos e restos mortais" foi assinada por representantes de Antígua e Barbuda, Nova Zelândia, Austrália, Bahamas, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Papua-Nova Guiné, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas.
"Nós, abaixo assinados, apelamos ao monarca britânico, o rei Charles III, no dia de sua coroação em 6 de maio de 2023, que reconheça as terríveis consequências e o legado do genocídio da colonização dos povos indígenas e escravizados", cita o jornal o texto da carta.
Além disso, os autores do documento destacam que, em junho de 2022, o então príncipe Charles disse aos chefes de governo da Comunidade que reconhecer os erros do passado é "uma conversa cuja hora chegou".
Na carta, os autores pedem ao rei para "iniciar imediatamente a conversa sobre o impacto duradouro da escravidão".
Ao mesmo tempo, a agência Reuters relata que sul-africanos pedem que o Reino Unido devolva o maior diamante do mundo que compõe as joias da coroa.
"Alguns sul-africanos estão apelando que o Reino Unido devolva o maior diamante do mundo, conhecido como a Estrela da África, que está no cetro real que o rei Charles III usará em sua coroação no sábado", diz o artigo.
O diamante, que pesa 530 quilates, foi descoberto na África do Sul em 1905 e presenteado à monarquia britânica pelo governo colonial do país, que na época estava sob o domínio britânico. A maior gema é chamada de Cullinan I ou Grande Estrela da África.
Esta questão, segundo a Reuters, se tornou mais premente em meio a uma conversa global sobre a devolução de obras de arte e artefatos que foram saqueados durante a época colonial.
Mothusi Kamanga, advogado e ativista de Joanesburgo, promoveu uma petição on-line, que reuniu cerca de 8.000 assinaturas, para que o diamante seja devolvido.
"O diamante precisa vir para a África do Sul. Ele precisa ser um sinal do nosso orgulho, do nosso patrimônio e da nossa cultura", declarou ele.
A rainha Elisabeth II do Reino Unido, que governou o país por mais de 70 anos, morreu em 8 de setembro de 2022 na Escócia, aos 96 anos de idade.
O príncipe Charles se tornou rei, assumindo o nome Charles III, com sua esposa Camilla como rainha consorte. O casal real está programado para ser coroado em 6 de maio.