Nesta quarta-feira (10), o assessor especial para política externa do presidente Lula, Celso Amorim, esteve em Kiev e se reuniu com Vladimir Zelensky, com o vice-chanceler, Andrei Melnik, e com outros membros do governo ucraniano.
Em declarações para Folha de São Paulo, Amorim disse que a visita foi "muito tranquila".
"O diálogo foi positivo, de criação de confiança, visando a explicar nossos objetivos para a paz", afirmou o ex-chanceler, que disse não querer compartilhar mais informações pois isso deve ser feito em breve de forma oficial pelo governo, segundo a mídia.
Já ao jornal O Globo, Amorim disse que Zelensky "entendeu bem" ao ouvir que Lula quer trabalhar pela paz, juntamente a outros países que conversam com Moscou e Kiev.
"Não será fácil chegar a uma confluência. Será necessário que os dois lados cheguem à conclusão de que o custo da guerra é maior do que o custo de certas concessões. [...] Naturalmente, Zelensky tem as posições dele, mas acho que assim vamos progredindo. Neste momento, é preciso que haja um grupo de países que esteja trabalhando no assunto, discutindo com um e com outro, para que Ucrânia e Rússia possam conversar", afirmou.
Após o encontro de Amorim com Melnik, o ministério das Relações Exteriores ucraniano divulgou nota em que afirma que avaliou positivamente as intenções do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de facilitar a paz na Ucrânia.
A viagem de Amorim acontece após Lula declarar que os Estados Unidos e a Europa colaboram para a extensão do conflito devido à larga quantidade de envio de armamentos para Ucrânia e também por terem "entrado no conflito" de forma "imediata" sem primeiro tentar negociar com a Rússia.
Depois das falas do presidente, o governo brasileiro foi criticado por líderes europeus e pela Casa Branca. Diante do contexto, o Brasil decidiu enviar o assessor especial do presidente para mostrar que Brasília dialoga com as duas partes envolvidas.