De acordo com um novo estudo publicado na revista científica The Astrophysical Journal e divulgado na Science Alert, astrofísicos tem rastreado as chamadas fontes ultraluminosas de raios X (ULX) — objetos que podem ser 10 milhões de vezes mais brilhantes que o Sol — na tentativa de compreendê-las, uma vez que, segundo limite de Eddington, um objeto desta natureza só conseguiria atingir tamanho brilho antes de se desintegrar.
Os pesquisadores confirmaram categoricamente que M82 X-2, a ULX a 12 milhões de anos-luz de distância, continua tão brilhante quanto sua observação anterior sugeria.
De acordo com a regra estabelecida por Arthur Eddington, o princípio por trás do brilho emitido pelo corpo celeste é simples. Um brilho nesta escala vem apenas a partir da matéria atraída pela força gravitacional de um objeto massivo (como um buraco negro ou uma estrela morta) superaquecendo e irradiando luz como consequência.
Raios-X de alta energia transmitidos por um raro e poderoso pulsar (magenta), o mais brilhante encontrado até hoje, podem ser vistos nesta nova imagem que combina dados de vários comprimentos de onda de três telescópios. A maior parte de uma galáxia chamada Messier 82 (M82), ou a "galáxia do charuto", é vista em dados de luz visível capturados pelo telescópio de 2,1 metros do National Optical Astronomy Observatory em Kitt Peak, no Arizona. A luz das estrelas é branca e as faixas de poeira parecem marrons. Os dados de raios-X de baixa energia do Observatório de raios-X Chandra da NASA são coloridos em azul e os dados de raios-X de alta energia do NuSTAR são rosa
© Foto / NASA/JPL-Caltech/SAO/NOAO
Porém, após certo ponto, tanta matéria sendo puxada faz com que a radiação emitida deva ser capaz de superar o poder da gravidade do objeto massivo. Isso significa que, em algum momento, a radiação da matéria deveria afastá-la, até que ela parasse de ser atraída. A contradição, no entanto, é que se a matéria para de ser atraída, o objeto não deveria estar tão brilhante conforme dita o limite de Eddington.
O impossível M82 X-2
Por causa do limite de Eddington, os cientistas questionaram se o brilho da ULX foi realmente causado por enormes quantidades de matéria sendo atraídas por uma fonte.
A galáxia Messier 82 (M82) é vista aqui em duas luzes diferentes. Uma visão de luz visível do Telescópio Espacial Hubble da NASA (E) e uma visão de raios-X do Observatório de Raios-X Chandra da NASA (D). A comparação destaca o quão diferente o universo pode parecer quando visto em outros comprimentos de onda de luz. M82 está localizado a 12 milhões de anos-luz de distância na constelação da Ursa Maior
© Foto / NASA/STScI/SAO
Outra teoria por trás do fenômeno, por exemplo, é que fortes ventos cósmicos concentraram todo o material em um cone. Sob essa perspectiva, o cone estaria apontado para a Terra, o que criaria um feixe de luz que pareceria muito mais brilhante para nós do que se o material estivesse espalhado uniformemente ao redor da ULX.
Mas de acordo com o estudo, a ULX estaria sendo causada por uma estrela de nêutrons pulsante na galáxia Messier 82, colocou a teoria do cone de lado e revelou que o M82 X-2 extraiu cerca de 9 bilhões de trilhões de toneladas de material por ano de uma estrela vizinha, ou cerca de 1,5 vez a massa da Terra, disse um comunicado da NASA.