Panorama internacional

Moscou: acordo de grãos deixará de existir se nenhum consenso for alcançado até 18 de maio

A Iniciativa de Grãos do Mar Negro e o acordo de grãos que faz parte dela deixarão de existir na ausência de consenso entre os participantes das negociações, com diferentes termos de sua extensão sendo anunciados, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Federação da Rússia, Sergei Vershinin, nesta quinta-feira (11).
Sputnik
Uma reunião de alto nível para discutir a Iniciativa de Grãos do Mar Negro foi realizada em Istambul na quarta e quinta-feira a nível dos vice-ministros da Defesa e das Relações Exteriores das partes envolvidas. A iniciativa expira em 18 de maio.
"Então, deixa de existir", respondeu Vershinin à questão da Sputnik sobre as opções, caso não seja possível chegar a um consenso sobre sua extensão até 18 de maio, levando em conta os interesses da Federação da Rússia no fornecimento de fertilizantes.

"Uma iniciativa com benefícios unilaterais dificilmente pode ser aceita e confirmada por todos. Naturalmente, protegemos principalmente os interesses nacionais da Rússia, seus produtores agrícolas, produtores de fertilizantes e, no final, naturalmente, fazemos isso e dada a situação geral no mercado mundial de alimentos – é bastante volátil", disse Vershinin aos jornalistas russos.

Em relação aos termos da extensão da transação, Vershinin observou que diferentes propostas foram feitas na reunião.

"Prosseguimos com base de que houve uma extensão de 60 dias, os 60 dias expiram em 18 de maio. Trabalho e contatos continuam, no entanto, todos os outros prazos e desejos das partes só restam ser considerados, mas no auge ou contrário aos nossos interesses não vamos agir", disse o diplomata.

O diplomata russo também afirmou que as declarações dos países ocidentais sobre a ausência de sanções para as exportações agrícolas russas são falsas.

"Continuamos a enfrentar sérias barreiras às exportações agrícolas e de fertilizantes em termos de transações, logística, transporte, tarifas, seguros e resseguros. É muito importante para nós que os interesses da Rússia sejam plenamente levados em conta e protegidos, fizemos isso durante as consultas de ontem e hoje", informou Vershinin.

O diplomata observou que, ao falar sobre a necessidade de garantir a segurança alimentar, de fato, os grãos ucranianos acabam indo parar longe demais dos países mais necessitados, chegando a países com renda alta ou média.

Ele também notou que não deve haver hipocrisia nesta questão, quando "a luz verde é dada apenas para o fornecimento de grãos ucranianos e produtos agrícolas e absolutamente colocar para trás os interesses da Federação da Rússia, que também fornece, e até mesmo em grande medida, segurança alimentar no mundo".

Ao mesmo tempo, Sergei Vershinin declarou que a Rússia está pronta para garantir a segurança dos navios turcos na evacuação deles dos portos da Ucrânia e sublinhou que condições de segurança dignas "são da responsabilidade da parte ucraniana".

"Da nossa parte, dizemos que, no que diz respeito a garantir a segurança desses navios no mar após a sua retirada da zona ucraniana, vamos garantir essa segurança. [...] Nossa posição principal é que não adiamos a retirada de navios, estamos prontos para ajudar na retirada desses navios onde tal assistência do lado russo é precisa e necessária", enfatizou Vershinin.

Em 22 de julho de 2022, Rússia, Ucrânia, Turquia e as Nações Unidas fecharam um pacote de acordos, chamado a Iniciativa de Grãos do Mar Negro, para fornecer um corredor marítimo humanitário para navios com alimentos e fertilizantes para o mercado internacional.
Um deles aprovou um mecanismo para exportar grãos dos portos do mar Negro controlados pela Ucrânia. Outra parte dos acordos diz respeito ao acesso aos mercados globais de alimentos russos.
As autoridades russas têm repetidamente apontado que a segunda parte não está de fato implementada.
Inicialmente, os acordos foram assinados por 120 dias e mais tarde, em novembro, foram prorrogados pelo mesmo período.
Em 18 de março, a Rússia anunciou uma prorrogação de 60 dias do acordo, alertando que esse seria o tempo suficiente para avaliar a implementação do memorando assinado com a ONU.
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