Ultimamente, as notícias vinculadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), e mais especificamente ao ministro Alexandre de Moraes, têm envolvido as investigações em torno das invasões em Brasília em 8 de janeiro, a relação tensa com as Big Techs e aplicativos e os inquéritos envolvendo o governo Bolsonaro, entretanto, o Supremo também parece não estar muito satisfeito com a administração atual.
De acordo com a coluna de Malu Gaspar em O Globo, os ministros do STF têm apontado insatisfação com a falta de acesso direto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e um dos que mais criticam seria Moraes.
O ministro foi convidado para o casamento do filho do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Luis Felipe Salomão, Rodrigo Salomão, no último sábado (13), e durante o evento em rodas de conversa, "expressou suas queixas em alto e bom som diante de advogados e outros ministros", diz a mídia.
Segundo disse Moraes na ocasião, conversar com Lula é excessivamente difícil porque o presidente não usa celular e para falar com ele é necessário sempre passar pelo filtro de um assessor. O magistrado também afirmou na festa que vem mandando mensagens para o Planalto há dois meses e até agora aguarda retorno de Lula, escreve a colunista.
Ainda segundo o jornal, o maior interesse em falar com o presidente da República tem a ver com o próprio Judiciário. A principal pauta é a intenção de convencer Lula a indicar o pai do noivo, o ministro Salomão, para a vaga aberta no Supremo com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski, ocorrida em abril.
Entretanto, Lula já deu todos os sinais de que vai indicar o seu advogado pessoal Cristiano Zanin. Só falta mesmo encontrar o melhor momento para oficializar a indicação. Outra vaga será aberta em outubro com a aposentadoria da presidente do STF, Rosa Weber.
Segundo interlocutores ouvidos pela mídia, o mandatário estaria dando um "perdido" estratégico em Moraes, e em outros magistrados que também se ressentem de não poder falar com o presidente, justamente para evitar pressão para escolher outro candidato ao Supremo que não Zanin.
"Lula não está a fim de encarar essa pressão. Mas se ele já decidiu [por Zanin] e precisa comunicar os ministros, poderia dar um telefonema e acabar logo com isso", diz um líder importante do Congresso que esteve recentemente com o presidente.
Além de vagas no Supremo, duas novas vagas serão abertas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), outra pauta que, segundo a mídia, seria discutida entre Moraes e Lula.