Operação militar especial russa

O que sabemos sobre o Kinzhal da Rússia ter atingido sistema Patriot dos EUA em Kiev?

O presidente Vladimir Putin alertou anteriormente que, se o Ocidente fornecesse à Ucrânia os sistemas Patriot, essas defesas antiaéreas seriam eliminadas.
Sputnik
O porta-voz do Ministério da Defesa (MD) da Rússia, Igor Konashenkov, anunciou em um comunicado na terça-feira (16) que um sistema de mísseis terra-ar (SAM na sigla em inglês) MIM-104 Patriot, fabricado nos EUA e estacionado em Kiev, foi atingido por um míssil balístico hipersônico Kinzhal (Adaga).
De acordo com o comunicado, o Kinzhal foi lançado enquanto as Forças Armadas russas conduziam "um ataque combinado com armas aéreas e marítimas guiadas com precisão de longo alcance contra as unidades das Forças Armadas da Ucrânia, bem como depósitos de munição, armas e equipamentos militares fornecidos pelos países ocidentais".
Então, o que se sabe sobre o ataque do Kinzhal ao Patriot que ocorreu como parte da operação militar especial da Rússia na Ucrânia?

'Atingido por uma emboscada aérea'

Uma fonte bem informada disse em entrevista à Sputnik que um interceptador supersônico russo MiG-31K equipado com um míssil Kinzhal atingiu o sistema SAM norte-americano, baseado em Kiev, como um "raio" vindo do céu.
"Devido à velocidade do Kinzhal, o sistema Patriot foi repentinamente atingido por uma emboscada aérea. A tripulação de combate do inimigo era impotente para proteger seu sistema antiaéreo", disse a fonte.
Segundo a fonte, o Kinzhal é capaz de atingir alvos em minutos, razão pela qual a tripulação do Patriot simplesmente não teve tempo de mudar de posição ou recarregar os lançadores de SAM.

'Gesto de desespero'

Nesse sentido, o especialista militar baseado em Moscou Aleksei Leonkov foi citado pela mídia russa como tendo dito que o MIM-104 usou toda a munição em uma tentativa de derrubar o Kinzhal.
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Ele destacou um total de 32 interceptadores de mísseis Patriot que foram disparados dos oito lançadores de SAM em uma tentativa de derrubar o Kinzhal, mas sem sucesso.
"Como resultado, o míssil hipersônico russo destruiu o coração do Patriot — um radar e um centro de controle, algo que transformou o SAM em uma peça inútil de equipamento militar [...] 32 mísseis são um disparo muito grande. O fato que o Patriot disparou todos aqueles interceptadores no Kinzhal indica a completa ineficácia do sistema em relação ao sistema [de míssil] hipersônico russo", disse Leonkov.
Ele acrescentou que os 32 interceptadores lançados pela tripulação do Patriot foram "um gesto de desespero, e não ação de profissionais". A propósito, o lançamento de um interceptador Patriot vale uns incríveis três milhões de dólares.
Enquanto isso, Kiev negou que o míssil hipersônico russo tenha atingido o MIM-104. O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuri Ignat, afirmou "não se preocupe com o destino do Patriot. Destruir o sistema com algum tipo de 'Kinzhal' é impossível".

Contos de fadas de Kiev

O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse em exclusivo à Sputnik na terça-feira (16) que as palavras de Kiev sobre supostamente terem derrubado seis mísseis hipersônicos russos Kinzhal não são verdadeiras.

"Eu já disse isso antes e vou repetir novamente: não lançamos tantos mísseis Kinzhal quanto eles supostamente derrubam em suas declarações todas as vezes. Além disso, o número dessas 'interceptações ucranianas' excede nossos lançamentos em três vezes. E eles confundem o tipo de míssil o tempo todo. É por isso que eles não os atingem", apontou Shoigu, acrescentando que há um grande ponto de interrogação sobre "quem realmente controla" os sistemas Patriot na Ucrânia.

Avaliação do ataque do Kinzhal ao Patriot

O ministro da Defesa russo deu suas declarações enquanto uma emissora norte-americana citou uma fonte não identificada da Casa Branca dizendo que Washington ainda está avaliando o impacto do ataque do Kinzhal no MIM-104 baseado em Kiev. A fonte argumentou que acredita que o SAM tenha sido danificado, mas não destruído, como resultado do ataque do míssil.
O Exército ucraniano possui atualmente dois sistemas SAM Patriot, um deles tendo sido entregue pelos EUA e outro em conjunto pela Alemanha e Países Baixos.
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Uma emissora norte-americana relatou neste contexto que "não está claro qual desses sistemas foi potencialmente danificado [em Kiev], mas retirar um deles — mesmo que por um curto período — pode afetar a capacidade da Ucrânia de defender a capital ucraniana em meio à intensificação dos ataques com mísseis russos".
Uma outra agência de notícias dos EUA citou um funcionário não identificado da Casa Branca dizendo que Washington e Kiev "já estavam conversando sobre a melhor maneira de reparar o sistema [Patriot] e, neste ponto, não parecia que o sistema teria que ser removido da Ucrânia". O funcionário acrescentou que os EUA "teriam um melhor entendimento nos próximos dias" e que "as informações podem mudar com o tempo".

Crash, boom, bang

No que diz respeito às consequências do ataque do míssil hipersônico russo, o analista de relações internacionais e segurança de Moscou Mark Sleboda disse à Sputnik que "pode ter havido mais de um impacto [de Kinzhal]" no Patriot.
"Você viu o Patriot disparar sua carga. E então, alguns segundos depois, exatamente de onde vinham aqueles mísseis, você vê o estrondo, o grande flash de luz preenchendo o céu noturno de Kiev. E parece que eram partes da bateria [de MIM-104] que foram danificadas ou destruídas. Não sabemos exatamente, mas parece bastante claro que foi atingido", apontou Sleboda, referindo-se ao vídeo do ataque de Kinzhal.

Noz não tão difícil de quebrar

Em dezembro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, comentou sobre os planos do Pentágono de entregar um sistema Patriot à Ucrânia, que Kiev recebeu nesta primavera europeia.
Os EUA estão "agora dizendo que podem colocar um Patriot [na Ucrânia]. Está bem, deixe-os fazer isso. Vamos quebrar o Patriot [como uma noz] também, e algo precisará ser instalado em seu lugar, novos sistemas precisam ser desenvolvidos — este é um processo complexo e demorado", disse Putin a repórteres após uma reunião do Conselho de Estado russo na época.
"Os nossos adversários partem da ideia de que esta é supostamente uma arma defensiva. Tudo bem, vamos ter isso em mente. E sempre se pode encontrar um antídoto", enfatizou o presidente russo, garantindo que as entregas de Patriot serão "em vão" e vão "apenas prolongar o conflito, só isso".
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