"Ele [o acordo de grãos] não tem nada a ver com eventos e processos políticos domésticos na Turquia. O acordo não dizia respeito inicialmente à Turquia ou a qualquer país em particular quando foi proposto por António Guterres [o chefe da ONU], ele dizia respeito à tarefa declarada de garantir segurança alimentar e garantir, acima de tudo, os interesses dos países mais pobres", disse Lavrov, em entrevista coletiva após conversas com seu homólogo de Uganda, Jeje Odongo.
A Turquia realizou eleições parlamentares e presidenciais no último domingo (14). Após a contagem de 100% dos votos, o Conselho Eleitoral Supremo da Turquia anunciou na segunda-feira (15) que o segundo turno da votação presidencial ocorreria em 28 de maio, pois nenhum dos candidatos havia alcançado os 50% necessários. O primeiro turno viu Erdogan obter 49,51% dos votos e seu principal concorrente, Kemal Kilicdaroglu, 44,88%.
Lavrov acrescentou que a recente extensão do acordo de grãos por mais dois meses vai ser crucial para o futuro do acordo.
"Dada toda a gama de circunstâncias, levando em conta o apelo de nossos parceiros, apoiamos a iniciativa do presidente [turco] [Recep Tayyip] Erdogan, anunciada por ele ontem — para estender este acordo por mais dois meses, mas com um claro entendimento de que esses dois meses serão decisivos", afirmou.