Panorama internacional

Regresso ao passado? OTAN deverá aprovar milhares de páginas secretas sobre a Rússia

Segundo escreve a mídia britânica, a aliança militar prepara medidas de resposta a um suposto ataque russo, semelhantes aos tempos da Guerra Fria.
Sputnik
A OTAN aprovará na sua próxima cúpula em Vilnius, Lituânia, milhares de páginas de planos militares secretos que detalharão, pela primeira vez desde a Guerra Fria, como a aliança responderia a um suposto ataque russo, relata na quinta-feira (18) a agência britânica Reuters.
A aliança acredita necessitar de todo o planejamento pronto bem antes da eclosão de um possível conflito com um "adversário equivalente", como Moscou. A adesão à OTAN da Finlândia em abril dobrou a fronteira da OTAN com a Rússia para cerca de 2.500 km, forçando uma abordagem "mais flexível" para os destacamentos do que no passado, quando a Alemanha era vista como a principal zona de batalha, cita a Reuters.
Além disso, a aliança não está mais se preparando para travar uma guerra nuclear em grande escala contra as forças de Moscou, disse Ian Hope, historiador do Quartel-General Supremo das Potências Aliadas na Europa (SHAPE, na sigla em inglês) da OTAN.
"Não vislumbramos o tipo de guerra da Guerra Fria, em que as forças aliadas [...] seriam atingidas simultaneamente com ataques em grande escala do Pacto de Varsóvia", disse o tenente-geral Hubert Cottereau, vice-chefe do Estado-Maior do SHAPE, em relação ao bloco soviético dos tempos da Guerra Fria, esperando em vez disso conflitos regionalizados que precisariam ser contidos por meio de rápidos destacamentos de forças.
A transparência fornecida por informações vindas de satélites e da inteligência, declara, é uma das razões pelas quais a OTAN, ao contrário das exigências dos países bálticos, não vê nenhuma necessidade imediata de aumentar o número de tropas no leste.
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Em 2022 a OTAN concordou em colocar 300.000 soldados em alerta máximo, em comparação com 40.000 no passado.
As deficiências na capacidade da aliança de produzir armas e munições suficientes, e a logística necessária para acompanhar as demandas da Ucrânia, também foram destacadas como problemas a resolver.
Os oficiais da OTAN estimam que levará alguns anos para que os planos sejam totalmente implementados, embora tenham garantido que a aliança pode entrar em combate imediatamente, se necessário.
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